Secretário norte-americano busca apoio da China contra o Irã
O secretário do tesouro norte-americano, Timothy Geithner começa nesta terça-feira uma visita de dois dias a China. A intenção principal é discutir sobre um assunto delicado: a situação do Irã. Os Estados Unidos querem o apoio da China para um movimento de pressão contra o país árabe e defendem a adoção de sanções para forçar o Irã a abandodar seu programa nuclear.
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De Luiz Tasso, nosso correspondente em Pequim.
A missão do secretário norte-americano, porém, não será fácil. Em uma coletiva de imprensa relizada nesta segunda-feira, o porta voz da chancelaria chinesa já deu o tom do discurso asiático. Liu Weimin declarou que pressão e sanções não são as melhores saídas para resolver a questão iraniana.
Ele reiterou que a China defende o diálogo e negociações pacíficas para criar condições favoráveis à solução da crise. Disse ainda que o país se opõe a qualquer tipo de sanção unilateral contra outras nações baseada em leis domésticas.
Não bastassem as diferenças de pensamento, a visita de Geithner acontece em meio a uma troca de acusações entre os respectivos departamentos de defesa. Em documento publicado pelo Pentágono, os EUA afirmaram que países como China e Irã continuam buscando medidas desequilibradas para conter a força militar norte-americana. O documento exige que a China esclareça suas intenções estratégicas e sublinha que as tropas norte-americanas irão reforçar o investimento na região Ásia-Pacífico.
Na mesma coletiva realizada ontem, Liu Weimin rebateu as acusações chamando de infundadas e inverídicas. Declarou ainda que a estratégia chinesa é clara, aberta e transparente e que o país segue o caminho do desenvolvimento pacífico, com uma política militar defensiva por natureza.
Este é o cenário da visita do secretário do tesouro norte-americano Timothy Geithner à China. Ainda nesta terça-feira ele se reúne com o vice-primeiro-ministro Wang Qishan e amanhã será a vez do premiê Wen Jiabao. Na quinta-feira, Geithner parte para o Japão, onde se encontrará com o primeiro-ministro Yoshihiko Noda e com o ministro das Finanças Jun Azumi.
A situação econômica mundial e maneiras de enfrentar e ajudar a Europa a sair da crise das dívidas são outros assuntos a serem abordados.
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