Estreito de Ormuz: analistas acreditam que Irã está blefando
A tensão entre os Estados Unidos e o Irã continua aumentando. Em resposta às possíveis novas sanções americanas contra o país, que prometem proibir a entrada de petróleo iraniano nos EUA, o governo iraniano afirmou que poderá fechar o Estreito de Ormuz, bloqueando a passagem de um quinto da produção petrolífera do mundo. O governo americano reagiu dizendo que não permitiria que isso ocorresse, podendo inclusive usar força militar para manter o estreito aberto.
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Carolina Bonadeo, de Nova York
Nesta quinta-feira, os iranianos responderam que nenhum país decidirá o que se pode ou não fazer na sua região, continuando as hostilidades verbais entre as duas nações.
A simples tentativa do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, mesmo que n ão fosse bem sucedida, seria encarada pelo resto do mundo como uma declaração de guerra.
O Estreito de Ormuz é uma passagem vital para o setor energético do mundo. Um terço de todo o petróleo transportado por via marítima passa pelas suas águas. Além disso, o Estreito divide dois países, o Irã e Omã, e é considerado território internacional. Por causa disso, o bloqueio dele por qualquer país é considerado um ato de guerra, conforme explica Jonathan Rue, analista-chefe do instituto Study of War.
Este ato hostil possivelmente desagradaria até mesmo os maiores aliados do Irã, a Rússia e a China, e poderia fazer com que Israel e os Estados Unidos decidissem bombardear o país.
Mas o principal motivo pelo qual os analistas acreditam que o Irã esteja simplesmente blefando é o fato de ser fisicamente muito difícil fechar o Estreito, que tem cerca de 50 metros na sua parte menos larga. A frota naval do Irã levaria dias para conseguir espalhar minas marítimas em toda a região. Até lá, um ataque militar poderia colocar fim ao bloqueio.
Mesmo assim, com todas essas improbabilidades, a crescente tensão e instabilidade na região estão provocando um forte aumento nos preços do petróleo. Na quinta-feira se viu o terceiro grande aumento dos preços somente este ano.
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