Liga Árabe conclui plano para acabar com violência na Síria
Os ministros da Liga Árabe e representantes do governo sírio se reuniram ontem à noite em Doha para discutir como acabar de vez com as revoltas na Síria, que já matou mais de três mil pessoas, de acordo com um levantamento da ONU. Segundo o primeiro-ministro do Catar, o xeque Hamad Bem Jassem Al-Thani, um plano de trabalho foi proposto ao governo sírio, que se comprometeu a responder hoje se aceita ou não.
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Karina Hermesindo, correspondente da RFI em Dubai
Caso o presidente sírio Bashar al-Assad não aceite o acordo é bem provável que os ministros árabes voltem a discutir a expulsão da Síria da Liga Árabe. Uma intervenção internacional também poderia ocorrer começando por um grande embargo econômico.
Apesar de não declarar as condições do plano, a imprensa local acredita que os ministros da Liga certamente deram um prazo para Assad resolver as questões internas do país de forma pacífica. Ou seja, o acordo incluiria o fim imediato de ações violentas por parte do governo sírio.
Segundo o primeiro ministro do Catar, o plano contém medidas concretas para impedir que aconteça com a Síria o mesmo que aconteceu com a Tunísia, o Egito e a Líbia. Essa declaração mostra que a Liga Árabe tem a intenção de continuar a apoiar o presidente Assad, mas somente se ele se comprometer a acabar com a violência.
O primeiro ministro do Catar também declarou que “achar uma solução para a Síria é uma forma de proteger a região da tempestade de revoltas”, mas que para isso é muito importante que os dirigentes dos países árabes saibam como se comportar.
A reunião de domingo começou em um clima bem tenso, já que os ministros da Liga Árabe acusam a Síria de matar civis. O governo sírio por sua vez mantém sua posição dizendo que as redes de televisão divulgam apenas mentiras, e que é justamente isso que provoca mais violência. Entre as redes que Assad acusa está a Al Jazeera, que pertence ao governo do Catar.
Em entrevista publicada domingo no jornal britânico The Sunday Telegraph, Assad também fez duras ameaças aos países árabes ao dizer que a Síria é o centro do Oriente Médio e que qualquer intervenção ocidental poderia provocar um terremoto em toda a região e transformar o pais em um novo Afeganistão.
Independente da resposta do presidente sírio, um novo encontro da Liga Árabe já está marcado para quarta-feira, no Cairo.
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