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Egito/Violência

Exército egípcio pede investigação sobre confrontos no Cairo

O exército egípcio, que dirige o país desde a queda do presidente Hosni Mubarak, pediu para o governo investigar rapidamente sobre a violência que deixou 24 mortos no domingo, durante confrontos no Cairo entre polícia e a minoria cristã. O patriarca copta no Egito afirma que pessoas infiltradas teriam provocado os confrontos.

O protesto dos cristãos coptas terminou em violência no Cairo.
O protesto dos cristãos coptas terminou em violência no Cairo. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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"O gabinete foi encarregado de formar rapidamente uma comissão de investigação para determinar o que aconteceu e tomar as medidas que considera legais contra qualquer pessoa que tiver sua implicação nos confrontos provada, seja pela participação ou pela incitação (à violência)", indicou o exército em um comunicado divulgado pela tv estatal.

A cidade do Cairo amanheceu sob toque de recolher nesta segunda-feira após os confrontos ocorridos nesse domingo no centro da cidade entre a polícia e manifestantes coptas cristãos que protestavam contra o incêndio de uma Igreja na região de Assouan, no sul do país. Pelo menos 24 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, levando autoridades religiosas egípcias a lançar um apelo por calma.

O imã Ahmed al-Tayyeb, líder religioso da principal instituição do islã sunita no Egito, lançou um apelo para que os representantes da "Família egípcia", uma organização que reúne religiosos muçulmanos e cristãos, iniciem discussões urgentes para tentar conter a crise. Segundo a televisão pública, o imã já entrou em contato com o patriarca da Igreja Copta, Chenouda III.

O primeiro-ministro Esam Sharaf alertou tanto cristãos quanto muçulmanos para não cederem à revolta. O toque de recolher foi instaurado a partir da 2 horas da manhã até às 7 horas no setor de Maspero até a praça de Abasiya, onde se encontra a principal Igreja copta do Egito.

Ainda não está claro como uma manifestação que começou pacífica terminou em tanta violência. Milhares de cristãos coptas, que representam entre 6 e 10% da população egípcia, iniciaram uma marcha do bairro Shobra em direção a Maspero, onde começaram os confrontos.

A tevê estatal afirma que os manifestantes estavam armados e lançaram pedras contra as forças-de-ordem. Em redes sociais na internet, muitos egípcios garantem que pessoas se infiltraram no protesto para incitar a violência e acusam a imprensa oficial de reforçar um discurso hostil contra a minoria cristã.

Os coptas do Egito se sentem discriminados em uma país de ampla maioria muçulmana e têm sido alvos de vários atentados nos últimos meses. Um dos mais violentos foi no Ano Novo quando um ataque contra uma Igreja de Alexandria deixou 23 mortos. No dia 7 de maio, quinze pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas no Cairo durante um ataque de muçulmanos contra duas igrejas em protesto contra uma cristã convertida ao Islã que estaria sendo detida em dos dos locais de culto.

 

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