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Japão/Reconstrução

Porta-voz de crise nuclear é o novo ministro da Economia do Japão

O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, anunciou nesta segunda-feira o nome do novo ministro da Economia do país: Yukio Edano, que ficou muito conhecido após a tragédia de 11 de março, quando atuou como porta-voz do governo para dar informações principalmente sobre o acidente nuclear de Fukushima. Seis meses depois do terremoto seguido de tsunami, o fim de semana foi de homenagens.

Yukio Edano
Yukio Edano Reuters
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Yukio Edano, de 47 anos, assume o Ministério da Economia, Comércio e Indústria no lugar de Yoshio Hachiro, que tinha sido confirmado no cargo há uma semana com a nomeação do novo governo de centro-esquerda dirigido por Yoshihiko Noda, mas acabou pedindo demissão neste fim de semana, após uma declaração infeliz feita durante visita a Fukushima.

Ao percorrer os locais atingidos pela radiação, ele havia dito que se tratava de "cidades mortas". Depois, ameaçou esfregar sua roupa contra a de um jornalista dizendo que ele corria risco de ser contaminado com radioatividade.

As declarações e a brincadeira foram consideradas de mau gosto e ofenderam os moradores ao redor da central de Fukushima.

Neste domingo, os japoneses lembraram com muita emoção os seis meses da tragédia que atingiu a região nordeste do país, deixando um saldo de 20 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos, e 80 mil desabrigados. O dia foi de recolhimento e homenagens.

Balanço seis meses depois

Alguns setores da economia do Japão, como a produção automotiva, muito importante para os japoneses, já estão voltando aos níveis normais. Mas o balanço continua sendo dramático, com poucos sinais de recuperação.

Nas áreas mais atingidas pela onda gigante, no nordeste do país, construções temporárias foram erguidas para acomodar moradores que perderam tudo. No entanto, cerca de 70 mil pessoas ficaram sem emprego e pouca gente conseguiu voltar ao trabalho. A agricultura e a indústria da pesca - cruciais para a região atingida - estão paralisadas.

A situação mais difícil é a da província de Fukushima. A usina está cercada por uma área de exclusão, em um raio de 20 quilômetros, onde ninguém pode entrar. Focos de radiação continuam sendo detectados mesmo em regiões distantes do acidente nuclear. Quem deixou suas casas não sabe se um dia poderá voltar ou se o solo vai ficar livre da contaminação.

O governo calcula que serão necessários pelo menos dez anos para recuperar as comunidades devastadas. Essa reconstrução, porém, precisa levar em conta a possibilidade de uma nova tragédia natural ocorrer, preparando essas cidades para tremores de terra e maremotos.

Colaboração de Claudia Sarmento, correspondente da RFI em Tóquio.

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