Mediadores negociam saída do presidente do Iêmen
Os mediadores do Conselho de Cooperação do Golfo propuseram nesta quinta-feira ao presidente do Iêmen, Ali Abdallah Saleh, um plano de transição. Ele deve deixar o poder 30 dias depois da formação de um governo de união, transferindo o cargo para o vice-presidente. Nesta sexta-feira, uma nova passeata será convocada pelos manifestantes.
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O secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo, Abdellatif al-Zayani, encontrou-se nesta quinta-feira com o presidente iemenita, Ali Abdallah Saleh, que propôs uma mediação da crise no país, palco de violentas manifestações desde janeiro, que já provocaram a morte de pelo menos 130 pessoas.
A proposta dos mediadores prevê a demissão do presidente, a formação de um governo de união nacional e a promulgação de uma lei de Anistia. Saleh terá a garantia de que não será levado a julgamento. O acordo também inclui a organização de eleições nos próximos 60 dias.
No poder há 32 anos, o presidente Ali Abdallah Saleh declarou que iria continuar resistindo, e que deixaria o cargo apenas se houvesse mudanças na Constituição do país. De acordo com ele, seu mandato termina apenas em 2013, e o "novo dirigente do Iêmen deve se submeter ao veredito do povo." Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU discutiu pela primeira vez a crise política no Iêmen, mas os membros não chegaram a um acordo sobre uma declaração comum. De acordo com chanceler russo, Seguei Lavrov, a oposição espera que a comunidade internacional imponha algumas exigências ao governo, sem uma intervenção direta no conflito.
Diante da intransigência de Saleh, os manifestantes acampados desde a metade de fevereiro na capital Saana, com o apoio da oposição, convocaram uma nova jornada de mobilização nesta sexta-feira. O governo, por sua vez, deve organizar uma manifestação a favor do regime no país.
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