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Egito/protestos

Novos protestos no Egito deixam dois mortos e 18 feridos

Duas pessoas morreram e pelo menos 18 ficaram feridas na noite de sexta-feira para sábado no Egito, durante um violento confronto entre manifestantes e a polícia na praça Tahir, palco do movimento de contestação que culminou na queda do ex-ditador Hosni Mubarak

Manifestantes pedem que o ex-presidente Hosni Mubarak seja julgado depois de 30 anos no poder
Manifestantes pedem que o ex-presidente Hosni Mubarak seja julgado depois de 30 anos no poder Reuters/Mohamed Abd El-Ghany
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Este foi o primeiro protesto no país desde a queda de Mubarak, no dia 11 de fevereiro. As duas vítimas foram atingidas por tiros das forças armadas egípcias, que negaram, entretanto a utilização de balas reais contra a multidão. Segundo testemunhas, para reprimir a manifestação, a polícia militar atirou para o alto com armas automáticas, mas de acordo com agência official Mena, a intervenção foi feita pelas forças do Ministério do Interior. Durante o tumulto, um ônibus militar e um caminhão foram incendiados.

A confusão começou nesta sexta-feira, quando milhares de pessoas se reuniram na praça para pedir que Mubarak seja julgado, e também para criticar a lentidão dos militares, que governam provisoriamente o país, na luta contra a corrupção. Neste sábado, cerca de 200 pessoas ainda continuavam a protestar na praça Tahir, apesar da repressão.

Os manifestantes também criticam a gestão do marechal Hussein Tantaoui, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas. O militar, que foi ministro da Defesa de Mubarak durante 20 anos, também acumula o cargo no governo de transição, o que desagrada a oposição. Para os manifestantes, Tantaoui dá continuidade ao sistema estabecido por Mubarak. Recentemente, a desconfiança em relação ao governo de transição aumentou com vídeos postados no site You Tube, onde oficiais afirmam que a alta hierarquia militar traiu os ideais da revolta popular.

Segundo Hossam Baghat, responsável de uma organização de defesa dos direitos civis, "o processo por enquanto continua "imprevisível, e os protestos permitiram, até agora, a obtenção de alguns avanços." Os militares prometeram organizar eleições presidenciais e legislativas no segundo semestre, e transferir o poder ao representante civil eleito até o fim do ano.

 

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