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Líbia/ governo

Insurgentes líbios nomeiam presidente de governo interino

Os insurgentes líbios designaram Mahmoud Jabril como chefe de governo interino, indicando uma mudança na estratégia seguida até agora pelo Conselho Nacional de Transição. Considerado um reformista, o novo presidente provisório, que estava à frente do comitê de crise para assuntos militares e exteriores, assumirá a tarefa de nomear ministros. Enquanto isso, general britânico afirmou que a aviação militar líbia “não existe mais como força de combate”.

O comandante britânico Greg Bagwell disse que a aviação militar líbia "não existe mais como força de combate".
O comandante britânico Greg Bagwell disse que a aviação militar líbia "não existe mais como força de combate". Reuters
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A informação foi divulgada pela emissora Al Jazeera. Até agora, Jabril havia desempenhado a representação exterior do CNT, criado em 27 de fevereiro, e tinha viajado a Paris para se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy - primeiro país a reconhecer oficialmente a autoridade dos rebeldes em Benghazi.

Considerado um reformista, sua designação pode ser interpretada como um passo em busca do reconhecimento exterior, embora até agora os rebeldes tenham evitado essa denominação para tentar diminuir o risco de divisão no país. A falta de organização da revolta e os protestos iniciados em Benghazi em 16 de fevereiro --que um dia depois atingiu o país de leste a oeste - foram agravados pela ausência de uma liderança clara entre a mobilização opositora na Líbia - que foi assumida provisoriamente por Mustafa Abdel Jalil, ex-ministro da Justiça de Muammar Kadafi.

No entanto, as dissonâncias fizeram-se evidentes, desde o primeiro momento, por sua particular interpretação das decisões do CNT, cujo vice-presidente e porta-voz oficial, Abdel Hafiz Ghoga, teve de desmenti-lo em várias ocasiões. Sem o consenso dos demais conselheiros, ele defendeu a aceitação da saída de Kadafi em troca da garantia de que os rebeldes não levariam o ditador à Justiça, proposta que suscitou críticas entre os conselheiros. 

A ausência de uma liderança clara, somou-se a descoordenação dos insurgentes, que agiram no plano militar com pouca estratégia, o que ficou evidenciado quando Kadafi lançou uma contraofensiva e chegou às imediações de Benghazi. As tropas leais ao ditador foram detidas na região pelos ataques aéreos da coalizão internacional.


Ataques da coalizão continuam

 

Os aviões da coalizão internacional na Líbia bombardearam nesta quarta-feira as forças do ditador perto da cidade de Misrata, onde rebeldes da oposição enfrentam uma forte ofensiva. Ao menos 90 teriam morrido no ataque. Kadafi mantém tanques e franco-atiradores no centro de Misrata, a terceira maior cidade do país.

Os rebeldes, que têm conseguido manter o controle, relatam um massacre, com atiradores matando até mesmo médicos que aplicam os primeiros-socorros em feridos. Os hospitais, relatam testemunhas, estão lotados e muitos feridos aguardam no chão por tratamento. A manhã de quarta-feira foi marcada por explosões e artilharia pesada antiaérea na capital da Líbia, Trípoli, mais um dia de ofensiva internacional contra as forças do ditador.

Greg Bagwell, general britânico da Royal Air Force, afirmou hoje que a aviação militar líbia “não existe mais como força de combate”, depois de quatro dias de bombardeios realizados pela coalizão internacional no país. Bagwell disse que os aviões estrangeiros voam livremente dentro do espaço aéreo da Líbia, atacando tropas no solo em qualquer local onde a população civil esteja sob ameaça.

"Nós estamos agora fazendo pressão incessante sobre as forças armadas líbias", disse o comandante em uma base aére no sul da Itália, onde jatos britânicos estão baseados. "O sistema de defesa aérea está gravemente deteriorado, de forma que podemos operar livremente no espaço aéreo livre."

Ele relatou ainda que devem haver algumas mudanças na estrutura de comando das forças aliadas, mas que a operação continuará de forma semelhante.

 

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