“Marcha da vitória” reúne milhares de pessoas nas ruas do Cairo
Uma semana após a queda do presidente do Egito Hosni Mubarak, os egípcios saíram novamente às ruas da capital nesta sexta-feira. Os manifestantes voltaram a se reunir na Praça Tahir em clima de festa, para celebrar a nova fase do país. A “marcha da vitória” também visa manter a pressão por reformas democráticas sobre o exército, que controla o país.
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Uma multidão agitando bandeiras egípcias ocupou nesta sexta-feira a Praça Tahir, símbolo da revolução do Nilo que derrubou o presidente Mubarak. O clima era de festa e um dos participantes anunciou que a manifestação irá se repetir todas as sextas-feiras.
A Praça Tahir continua ocupada por tanques e os militares controlam a entrada de pessoas em diferentes pontos de acesso ao local. Mas os soldados também participaram desta “marcha da vitória”. Uma orquestra militar tocou para a multidão músicas patrióticas.
Ahim Lippold, enviado especial da RFI ao Cairo
Ahim Lippold, enviado especial da RFI ao Cairo, acompanha a manifestação na Praça Tahir. Segundo ele, essa é uma circunstância muito especial para os egípcios. “Muitos não puderam vir aqui à Praça Tahir nas semanas anteriores e agora trazem a sua contribuição neste momento em que o Egito comemora uma semana da queda de Mubarak".
A “coalizão jovens da revolução”, o grupo de militantes pró-democracia que participou da eclosão da revolta de 25 de janeiro, pediu que a manifestação de hoje seja uma homenagem aos “mártires da liberdade, dignidade e justiça”. Segundo balanço oficial, 365 manifestantes morreram durante os 18 dias de protestos que culminou com a renúncia de Mubarak no dia 11 de fevereiro. Ele passou o poder aos militares que suspenderam a Constituição e prometem entregar o país a um governo civil em cerca de 6 meses.
Em comunicado divulgado no Facebook, a coalizão também pede a libertação imediata de todos os manifestantes detidos durante os protestos e a substituição do atual governo, formado antes da queda de Mubarak, e encarregado pelo exército de administrar o país durante o processo de transição.
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