UE e EUA pedem que governo egípcio respeite manifestações
A União Europeia e os Estados Unidos pediram nesta quarta-feira às autoridades egípcias que respeitem o direito dos manifestantes de protestar contra o regime. Quatro pessoas já morreram e mais de 500 foram detidas no Egito em dois dias.
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A reação europeia é uma resposta às críticas feitas aos líderes europeus, que demoraram para se posicionar contra o ex-ditador tunisiano Ben Ali, deposto no dia 14 de janeiro depois da chamada Revolução Jasmin. "A União Europeia acompanha de perto as manifestações que acontecem no Cairo e as considera como um sinal do desejo de mudança de muitos egípcios", disse Maja Kocijancic, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. Os Estados Unidos também pediram ao governo egípcio que respeitasse os direitos dos manifestantes. Os americanos foram um dos primeiros países a apoiar a revolução tunisiana, ao contrário dos europeus, que demoraram para reagir.
Na França, evitando uma nova polêmica, o governo condenou as mortes e pediu mais democracia no Egito. O presidente Nicolas Sarkozy foi bastante criticado pela conivência ao regime tunisiano, durante o movimento que resultou na saída de Ben Ali.
No Egito, os manifestantes, inspirados na revolução tunisiana, exigem a renúncia do presidente Hosni Moubarak. Apesar da proibição do governo, que ameaça reprimir o movimento, uma segunda jornada de protestos foi convocada para esta quarta-feira. As manifestações pelo 'direito de viver, pela liberdade e pela dignidade' estão sendo convocadas pelo movimento pró-democrático Seis de Abril.
Os protestos, os mais importantes em trinta anos, começaram na terça-feira e foram violentamente reprimidos pela polícia. Quatro manifestantes morreram. Os policiais usaram na noite desta terça para quarta-feira bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes, reunidos na praça de Tahrir, no centro da capital. As passeatas aconteceram em diversas cidades do país, entre elas Suez, Alexandria e na capital Cairo. Ao todo, até agora, mais de 500 pessoas foram detidas.
Segundo especialistas, trata-se do movimento popular mais importante do país desde 1977. As autoridades egípcias informaram que, somente na capital, cerca de 15 mil pessoas participaram dos protestos. Entre 20 e 30 mil policiais foram mobilizados para garantir a ordem na cidade do Cairo.
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