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Coreias/Conflito

Coreia do Norte faz novos testes de artilharia na fronteira sul-coreana

A Coreia do Norte realizou nesta sexta-feira testes de artilharia no mar Amarelo, nas proximidades da ilha sul-coreana bombardeada pelo país há três dias. A China criticou hoje as manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul previstas na região, a partir de domingo, evocando uma zona econômica exclusiva de Pequim.

Soldados sul-coreanos estão em estado de alerta devido aos novos disparos de artilharia da Coreia do Norte.
Soldados sul-coreanos estão em estado de alerta devido aos novos disparos de artilharia da Coreia do Norte. Reuters
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Os testes da artilharia norte-coreana foram realizados entre meio dia e 15 horas no horário local, no mar Amarelo, na mesma zona bombardeada na última terça-feira. Segundo uma emissora de televisão da Coreia do Sul, os poucos moradores que ainda se encontravam na ilha de Yeonpyeong, atingida pelos disparos, correram para abrigos. No início da semana, quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas no mais grave incidente militar entre os dois países desde o fim da guerra das Coreias em 1953.

No domingo, Estados Unidos e Coreia do Sul vão iniciar exercícios militares conjuntos na região. As manobras vão durar quatro dias e geraram ameaças do regime norte-coreano, que promete novos ataques se considerar que seu vizinho do sul esteja fazendo "provocações militares". Segundo a agência oficial do norte KCNA, as manobras no mar Amarelo fazem a península se encaminhar para um confronto armado.

Principal aliada do regime comunista norte-coreano, a China lembrou hoje que as manobras estão programadas em uma zona econômica exclusiva (ZEE) de Pequim, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores. O porta-voz Hong Lei destacou que o governo chinês é contrário a qualquer tipo de ação militar não autorizada na área. A zona econômica exclusiva de um país vai além de suas águas territoriais e pode se estender a 200 milhas náuticas, cerca de 370 quilômetros, de distância da costa. Nesse perímetro, um Estado pode exercer sua soberania econômica com atividades como a pesca e a exploração do fundo marinho. O comunicado do governo chinês afirma que a situação atual na península coreana é "complicada e sensível" e todas as partes envolvidas deveriam tentar manter a calma para garantir a estabilidade e a paz na região e "não fazer o contrário".

Nesta sexta-feira, centenas de ex-militares sul-coreanos protestaram na cidade de Paju, próxima à fronteira entre os dois países, acusando o governo de fraqueza por não ter dado uma resposta à altura do ataque norte-coreano. Pressionado, o ministro da Defesa Kim Tae-young pediu demissão e foi substituído pelo conselheiro militar da presidência Lee Hee-won, nomeado hoje.

Em Seul, o relator especial da ONU sobre direitos humanos na Coreia do Norte disse que o regime de Pyongyang não deve se isolar e apelou para a comunidade internacional continuar sua ajuda humanitária ao país. Devido ao bombardeio, a Cruz Vermelha sul-coreana interrompeu um programa que prevê o envio de várias toneladas de alimentos e cimento para o país que sofreu com inundações em agosto.

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