Premiê acusa Turquia de ignorar alertas

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta segunda-feira a Turquia de ter ignorado vários alertas e apelos às mais altas instâncias alguns dias antes do ataque sangrento contra a flotilha turca de ajuda humanitária para Gaza, incidente que provocou a morte de nove militantes pró-Palestina. O premiê é a primeira testemunha a depor frente à comissão governamental Turkel, que inclui dois observadores internacionais.

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu testemunhou diante da comissão israelita ao incidente da flotilha. Reuters

Nathália Watkins, correspondente da RFI em Jerusalém.

Netanyahu negou à comissão que o incidente, ocorrido no dia 31 de maio, tenha sido a causa principal do alívio ao bloqueio à Faixa de Gaza e reafirmou que não há crise humanitária no território costeiro. Segundo o primeiro-ministro, a Turquia não atendeu aos pedidos repetidos do governo israelense para impedir o avanço da flotilha. O premiê disse estar certo de que a Comissão concluíra que o país agiu de acordo com o direito internacional. De acordo com Netanyahu, o exército decidiu pela operação, após instruções do governo.

Ele afirmou que, durante a reunião ministerial na qual a operação foi aprovada, pediu que não houvesse qualquer tipo de dano físico ou emocional aos envolvidos. O primeiro-ministro contou também sobre os esforços diplomáticos realizados antes da chegada dos navios.

A criação da comissão, que tinha como objetivo aliviar a pressão para uma investigação internacional, não impediu a formação de uma comissão patrocinada pela ONU com a qual Israel decidiu cooperar. Nos próximos dias, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, e o chefe do exército, Gabai Ashkenazi, também vão dar seus depoimentos à Comissão Turkel.