Crise na Tailânda pode gerar prejuízos de até US$ 1,2 bilhão

Segundo cálculos do jornal Bangkok Post, os danos materiais em dois meses de crise e violência entre oposição e forças de segurança, podem atingir a soma de 1 bilhão e 200 milhões de dólares. O governo da Tailândia tenta calcular os prejuízos políticos, financeiros e para a imagem do país deixados pelo movimento de oposição dos camisas vermelhas.

Incêndio de uma dos maiores shopping da Ásia, que está sob ameaça de desabar a qualquer momento. Reuters

Os combates entre manifestantes e soldados cessaram nas ruas da capital, Bancoc, mas reina um ambiente de regime militar. Os bancos continuaram fechados nesta sexta-feira, a bolsa de valores não existe mais, depois de ser incendiada pelos manifestantes, assim como o maior centro comercial da Ásia, sob ameaça de desabar a qualquer momento. Segundo alguns analistas, os prejuízos à imagem do país serão mais difíceis de ser superados do que os danos materiais.

Durante muito tempo considerada uma ilha de estabilidade no continente asiático, em dois meses a Tailândia se transformou num país instável e de alto potencial de risco, o que abala a confiança dos investidores. As autoridades do turismo já trabalham com uma perda de 3 milhões de turistas este ano, um setor que representa 6% do PIB tailandês.

A avaliação da Câmara de Comércio Exterior é de que ficou mais difícel atrair capital novo para o país. Já a Federação das Indústrias trabalha com uma perspectiva menos pessimista e acredita que o país vai se recuperar rapidamente por ter experiência nesse tipo de crise e um setor exportador forte e equilibrado.

O premiê tailandês, Abhisit Vejjajiva, reconheceu nesta sexta-feira que não será fácil superar as divisões políticas. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, disse que a reconciliação nacional é uma necessidade absoluta na Tailândia. Ashton pediu às autoridades o restabelecimento da ordem pública, mas também dos direitos fundamentais dos cidadãos.