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Irã/Nuclear

Com cautela, França estima que acordo é positivo e elogia Brasil

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou, nesta terça-feira, que o acordo que prevê o envio de urânio iraniano a Turquia é um « passo positivo », mas ressaltou que o Irã deve abandonar suas atividades de enriquecimento de urânio a 20%.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro bilateral em Madri.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro bilateral em Madri. Reuters
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Em um comunicado, divulgado após encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em Madrid, Sarkozy elogiou os esforços feitos pelo Brasil para tentar um acordo sobre o controverso programa nuclear iraniano, mas foi relutante ao falar sobre os temas do acordo.

Afirmou que vai esperar que o documento, assinado na segunda-feira entre os governos brasileiro, iraniano e turco, chegue à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Só então tomará uma posição junto com os outros 4 membros do Conselho de Segurança da ONU, China, Grã Bretanha, Estados Unidos e Rússia, além da Alemanha. Sarkozy prometeu, ainda, disposição para negociar sem condições prévias.

O acordo, obtido com mediação do governo brasileiro e turco, prevê o envio, pelo Irã, de 1,2 mil quilos de urânio com baixo nível de enriquecimento (3,5%) para a Turquia. Em troca, o Irã deve receber, num prazo de 1 ano, 120 kg de urânio enriquecido (a 20%) para ser usado em um reator de pesquisas em Teerã.

O presidente francês e o presidente brasileiro se reuniram em Madrid, às margens da Cúpula América Latina, Caribe e União Europeia. Até agora, o acordo um dos principais assuntos da cúpula nesta terça-feira. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan, que falou à imprensa após a primeira sessão plenária, disse que foi uma vitória da diplomacia turca.

Já o assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais, Marco Aurelio Garcia, que também está em Madri, comentou o acordo sob o ponto de vista do Brasil. "O que nós fizemos", disse ele, "foi gerar confiança, porque antes não havia diálogo, só ameaças". Garcia disse que o acordo "foi um primeiro passo, mas já é uma grande vitória". Segundo ele, o Irã fez uma inflexão nas negociações e voltou atrás.

Apoio

Nesta terça-feira, o acordo assinado pelo Irã, Brasil e Turquia ganhou um aliado de peso, a China. O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Ma Zhaoxu, disse hoje em Pequim que o país é favorável ao documento. "Nós apoiamos o acordo, consideramos importante e esperamos que (ele) possa ajudar a promover uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana" afirmou o porta-voz. Também nesta terça-feira o Irã disse esperar uma resposta rápida das grandes potências sobre o acordo.

 

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