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Lula/Rússia

Na Rússia, Lula assina acordos e discute programa nuclear iraniano

O presidente brasileiro deve anunciar acordo que prevê o fim do visto para brasileiros que desejem passar até 90 dias no país. Em encontro com Medvedev, Lula também deve discutir o programa nuclear iraniano, antes de viajar para Teerã, onde chega no sábado.

Chegada do presidente Lula em Moscou.
Chegada do presidente Lula em Moscou. Reuters
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O presidente Lula chega nesta quinta-feira a Moscou, para uma visita de apenas um dia. Nesta sexta-feira, ele tem um encontro com o presidente Dmitri Medvedev no Kremlin, com quem deverá assinar acordos de cooperação em diversas áreas. O Brasil está interessado na tecnologia russa de transporte de gás liquefeito, que poderia ser utilizada na exploração do pré-sal. Os dois presidentes também devem anunciar o fim da exigência de visto de menos de 90 dias para brasileiros que desejem viajar à Rússia.

Na sexta-feira, Lula também participa de uma cerimônia no túmulo do soldado desconhecido da Segunda Guerra Mundial e em seguida participa do encerramento do Fórum Empresarial Brasil Rússia. No fim do dia, Lula também se encontra com o primeiro-ministro russo Vladimir Putin. Em seguida, o presidente brasileiro embarca para Doha.

Programa iraniano

Além da cooperação bilateral, um dos principais assuntos que deve ser abordado no encontro entre Medvedev e Lula é o programa nuclear iraniano. A Rússia aprova a iniciativa brasileira de dialogar com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, e em princípio é reticente à adoção de sanções no Conselho Permanente de Segurança da ONU, apesar de recentemente ter sinalizado o apoio à medidas restritivas. Como membros permanentes do Conselho, os russos têm poder de veto.

Lula tem esperança de convencer os iranianos a aceitarem uma parte da proposta da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), de enriquecer parte do urânio no exterior. O governo iraniano, entretanto, exige uma troca simultânea em seu território. Brasil e Turquia, membros não permanentes do Conselho de Segurança, propuseram uma nova fórmula, que ainda não foi detalhada, prevendo a troca de combustível atômico com grandes potências.

O embaixador do Brasil na Rússia em Moscou, Carlos Antônio da Rocha Paranhos disse em entrevista à imprensa russa que, para ele, o presidente iraniano confia no presidente Lula. "Moscou conta com o apoio do Brasil para o estabelecimento de um diálogo com o presidente iraniano", analisa o correspondente da RFI em Moscou, Rinat Valiulin.

O acordo proposto pelo Brasil e a Turquia seria patrocinado pela ONU. O Irã teria, em princípio, aceitado a proposta. Ela deve ser debatida em detalhes na Cúpula do G15, que começa nesta segunda-feira em Teerã. O G-15, criado em 1989, reúne 18 países do movimento dos não-alinhados, entre eles Brasil, Venezuela, Argélia, Senegal, Zimbabwe e Sri Lanka. A Turquia ainda não confirmou a participação do premiê Recep Tayyip Erdogan para discutir a questão nuclear iraniana. A decisão, segundo a imprensa local, vai depender de uma conversa prevista com a secretária de estado norte-americana, Hillary Clinton, e com autoridades iranianas.
 

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