Israel ameaça realizar nova ofensiva em Gaza
Israel ameaçou nesta sexta-feira realizar uma nova grande operação militar contra a Faixa de Gaza. A ameaça veio apenas algumas horas após uma série de ataques aéreos do exército de Israel, em represália ao lançamento de foguetes a partir deste território palestino, que deixaram três crianças feridas.
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Em tom de ameaça, o vice-premiê israelense, Sylvan Shalom, advertiu que o Exército atacará Gaza, controlada pelo grupo radical Hamas, caso o movimento islâmico prossiga com os lançamentos de foguetes contra o Estado hebreu. “Espero que possamos evitar isso [uma grande ofensiva], mas essa é uma das nossas opções. Se não tivermos escolha, vamos usar [a ofensiva] no futuro”, disse Shalom.
Os ataques israelenses da madrugada dessa sexta-feira foram os mais pesados desde o fim da operação Chumbo Fundido que Israel comandou em janeiro de 2009.
Os aviões israelenses fizeram duas incursões contra o oeste de Gaza, onde destruíram uma pequena fábrica de laticínios. Outras três incursões atingiram o setor oeste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, segundo membros do Hamas e fontes médicas. Um outro ataque destruiu uma metalúrgica no campo de refugiados de Nusseirat, no centro da Faixa de Gaza, segundo testemunhas.
Em um comunicado, o exército israelense disse ter atingido «locais de fabricação e armazenagem de armas».
Guerra de palavras
Com o mesmo argumento que fundamentou a operação Chumbo Fundido, Israel afirma que essa nova ofensiva em Gaza teria o objetivo de impedir os ataques do Hamas contra Israel. Na avaliação das autoridades israelenses, o movimento islâmico é o único responsável pelo lançamento de mísseis contra o território israelense.
O Hamas, porém, afirma que respeitou o cessar-fogo contra Israel. Mas, segundo um relatório do exército israelense, mais de 40 foguetes foram lançados contra Israel, 20 deles apenas no mês de março.
A ameaça israelense coincide com a Sexta-Feira, um dia no qual milhares de peregrinos católicos do mundo inteiro participam da tradicional procissão da Sexta-feira Santa na Cidade Velha de Jerusalém, que lembra a crucificação de Jesus.
Nathália Watkins, correspondente da RFI em Jérusalem
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