Medvedev faz visita surpresa ao Daguestão

O presidente russo, Dmitri Medvedev, promete medidas duras contra rebeldes do norte do Cáucaso, um dia após o duplo atentado que matou três civis e nove policiais. Uma nova explosão durante a madrugada, na mesma região, matou duas pessoas que circulavam num carro carregado de explosivos.

Chefe do grupo islâmico "Emirados do Cáucaso", Doku Umarov, reivindica em gravação os atentados de Moscou. Reuters

Durante encontro com as autoridades do Daguestão, da Inguchétia e da Tchetchênia, na capital do Daguestão, Makhatchkala, o presidente russo declarou, na manhã desta quinta-feira, que as medidas de luta contra o terrorismo devem ser ampliadas para serem "mais eficazes, mais duras, severas e preventivas". É preciso punir, afirmou Medvedev. As três repúblicas russas encontram-se na instável região do norte do Cáucaso, região marcada por conflitos separatistas e pelo recrudescimento do fundamentalismo islâmico.

Ontem, o grupo rebelde islâmico "O Emirado do Cáucaso" reivindicou os atentados de segunda-feira no metrô de Moscou e prometeu multiplicar os ataques. Em uma gravação de vídeo, o líder do grupo, Doku Umarov, disse que os ataques são uma "vingança" contra o recente "massacre das forças russas" na Inguchétia. O rebelde fazia referência a uma operação especial realizada no dia 11 de fevereiro.

É nesse clima de tensão que começam a ser enterrados hoje os corpos das 39 vítimas do duplo atentado no metrô de Moscou. Várias cerimônias estão previstas em nove cemitérios da capital russa. Corpos de 16 vítimas serão repatriados para outras regiões do país.

Os russos temem novos atentados. Muitos estimam que a política de segurança do Kremlim, centrada na repressão, não consegue proteger a população da multiplicação das ações terroristas.

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Rinat Valiulin, jornalista da Rádio Eco de Moscou