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Iraque/ Eleições

Vencedor das legislativas, ex-premiê começa discutir formação de gabinete

Vencedor das eleições legislativas no Iraque, o ex-primeiro-ministro Iyad Allawi iniciou neste sábado negociações para formar um governo de coalização. Mas uma decisão da Corte Suprema sobre a maioria necessária para formar um governo pode gerar uma crise política.

Iyad Allawi, vencedor das eleições legislativas, deu início às negociações para formar novo governo do Iraque.
Iyad Allawi, vencedor das eleições legislativas, deu início às negociações para formar novo governo do Iraque. Reuters
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Segundo os resultados oficiais das eleições legislativas disputadas em 7 de março, anunciados na sexta-feira à noite pela comissão eleitoral, o Bloco Iraque, liderado pelo ex-premiê Allawi foi o grande vencedor com a conquista de 91 cadeiras no parlamento iraquiano, contra 89 da Aliança para Estado de Direito (AED) do atual chefe de governo, Nouri al-Maliki.

Neste sábado, Allawi confirmou que seu partido e outros aliados indicaram o vice-primeiro-ministro, Rifaa al-Issawi, de origem sunita, como o interlocutor oficial para negociar com outros partidos a formação de um novo governo.

“Até o momento houve conversas. As negociações começam agora com o anúncio oficial dos resultados. As discussões serão com todas as forças políticas, sem excessão”, disse ele durante entrevista coletiva em Bagdá.

“Pensamos que deve haver um governo forte, capaz de tomar decisões que sirvam ao povo iraquiano e permitam ao Iraque alcançar a paz e a estabilidade e recuperar seu lugar no mundo árabe-muçulmano e também na comunidade internacional”, declarou.

Allawi também defendeu um “novo capítulo” nas relações com países vizinhos como o Irã, Síria, Arábia Saudita e Kwait, baseadas “na fraternidade e cooperação”, segundo ele.

Crise

Os projetos de Allawi podem ser pejudicados com uma decisão da Corte Suprema tomada há dois dias mas anunciada apenas neste sábado. A pedido do primeiro-ministro e candidato pelo partido  AED, al-Maliki, a Corte interpretou um artigo da Constituição que estipula que o presidente da República deve confiar a formação do Conselho de Ministros ao candidato do partido com maioria no parlamento.

Em seu veredito, a Corte considera que a tarefa de formar um novo governo também pode ser entregue a uma aliança de partidos, mesmo que eles tenham se apresentado de maneira independente nas eleições.

Como o partido do premiê al-Maliki tem apenas 2 cadeiras a menos do que o Bloco Iraque, de Allawi, uma coligação com outro partido político, como a Aliança Curda que tem 43 cadeiras, poderia garantir a ele  a maioria necessária para formar um novo gabinete.

A decisão pode provocar uma grave crise política e atrasar durante vários meses a formação de um novo governo.

Para Allawi, a Constituição é clara e ele é o vencedor do pleito e o encarregado para formar o novo governo iraquiano.O atual primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, ainda não reconheceu a derrota, afirmando que os resultados anunciados não são definitivos.

Os resultados anunciados pela comissão eleitoral só serão considerados definitivos depois de serem validados pela Corte Suprema e após verificação por parte de uma comissão eleitoral de eventuais denúncias que os candidatos possam apresentar até esse sábado.

A ONU e os Estados Unidos comemoraram o processo eleitoral. Para o embaixador americano no Iraque, Christopher Hill, e o comandante das tropas americanas no país, general Ray Odierno, não houve nenhuma prova de fraudes massivas durante a votação.
 

 

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