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Linha Direta

Parlamento britânico vota hoje ofensiva contra EI na Síria

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O Parlamento do Reino Unido se reúne nesta quarta-feira (30) para debater e votar uma proposta do governo de iniciar ataques aéreos contra a organização terrorista Estado Islâmico na Síria. A decisão dos parlamentares é esperada para 22h, pelo horário local, 20h em Brasília.

O premiê britânico, David Cameron, defende a intensificação da ofensiva aérea contra o grupo Estado Islâmico na Síria.
O premiê britânico, David Cameron, defende a intensificação da ofensiva aérea contra o grupo Estado Islâmico na Síria. REUTERS/UK Parliament via REUTERS
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente em Londres

Caso seja aprovada, a nova ofensiva militar pode começar dentro dos próximos dias. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, intensificou os apelos para que o Parlamento aprove a ofensiva aérea na Síria depois dos ataques em Paris, em novembro.

Com os ataques em Paris e a resposta militar da França e dos Estados Unidos, o governo britânico se viu pressionado a fazer o país tomar uma decisão em relação a bombardear as bases do grupo Estado Islâmico na Síria. David Cameron vem argumentando que o Reino Unido já é um alvo dos jihadistas, lembrando que os serviços de inteligência conseguiram evitar sete possíveis atentados só neste ano, e ainda as decapitações de cidadãos britânicos na Síria e no Iraque.

O primeiro-ministro diz que o Estado Islâmico representa uma ameaça para a segurança do Reino Unido e que a ofensiva é “a coisa mais certa a se fazer neste momento”. Ele também defendeu a ideia de que não é justo que a França e os Estados Unidos assumam a responsabilidade de zelar pela segurança dos britânicos.

Quanto à possibilidade de o Parlamento aprovar a ofensiva na Síria, é bom lembrar que Cameron tinha dito que só levaria o assunto a votação quando ele tivesse certeza da aprovação. Segundo analistas políticos que conhecem os bastidores do Parlamento, a maior parte dos conservadores deve votar a favor da ofensiva na Síria, assim como o Partido Liberal-Democrata e o Partido Democrático Unionista, da Irlanda do Norte. No principal partido da oposição, o Trabalhista, é possível que até 50 parlamentares acabem apoiando os bombardeios. Isso pode levar à maioria de votos necessária para que a proposta do governo saia vitoriosa.

Trabalhistas estão divididos

O líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, se declara abertamente contra a adoção dessa ofensiva aérea na Síria. Ele argumenta que a solução para enfraquecer e derrotar o Estado Islâmico deve ser política e diplomática. Ele acredita, por exemplo, que os países aliados deveriam fazer mais para cortar a rede que possibilita o financiamento das operações dos jihadistas.

Corbyn tinha a expectativa de que seus colegas de partido iriam concordar com ele, e de fato a maioria dos trabalhistas deve votar contra a ofensiva. Mas muitos já declararam que vão votar a favor da ofensiva e ameaçaram renunciar aos cargos no gabinete paralelo caso não pudessem manifestar suas opiniões livremente. No fim, Corbyn se viu obrigado a dizer que os trabalhistas podem votar como quiserem.

Míssil britânico pode ser decisivo para ofensiva aérea

A moção que será debatida nesta quarta-feira diz respeito exclusivamente a uma ofensiva aérea. O Reino Unido já realiza bombardeios aos alvos do Estado Islâmico no Iraque e quer ampliar esses ataques ao território sírio. O governo diz que não tem planos de enviar tropas para atuar em terra, e que essa tarefa pode ser feita por milhares de combatentes da oposição ao governo sírio que também são contra os jihadistas.

Os britânicos são os únicos que possuem mísseis de precisão que poderiam atingir os interesses do Estado Islâmico com um risco mínimo de provocar vítimas entre civis, além de disporem de aviões que seriam importantes para dar apoio aos aliados.

Os mísseis britânicos, chamados Brimstone, foram desenvolvidos pelo consórcio europeu MBDA especialmente para a Força Aérea Britânica. Eles possuem um radar de ondas milimétricas e uma tecnologia a laser para escanear o terreno enquanto voam e podem ser guiados com mais precisão por causa disso. Mas alguns especialistas em defesa argumentam que os militantes do Estado Islâmico já estão tão infiltrados entre a população civil que seria praticamente impossível realizar um bombardeio sem atingir civis.

Cameron insiste que, além da ofensiva aérea, o governo está propondo uma série de medidas nas áreas de política, diplomacia e esforços humanitários para tentar conter o avanço da facção jihadista.

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