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Reportagem

Arrastões não devem afastar turistas estrangeiros do Rio de Janeiro, diz Embratur

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A Embratur lançou nesta terça-feira (29) a campanha que promove a temporada de verão no Brasil entre os países sul-americanos. Para a entidade, os arrastões recentes não devem afetar o fluxo de turistas estrangeiros no Rio de Janeiro. Além disso, graças à desvalorização do real, o órgão prevê um aumento de 30% de turistas sul-americanos no Brasil no ano que vem.

Homem corre em calçadão da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Homem corre em calçadão da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. REUTERS/Ricardo Moraes
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A cada nova desvalorização do real, o Brasil fica mais barato e milhares de turistas estrangeiros decidem passar as próximas férias de verão nas praias brasileiras. O presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, calcula que o aumento de turistas sul-americanos no Brasil seja de 30% em relação ao verão passado. E, no caso específico do turista argentino, esse aumento deve chegar a 50% e bater um novo recorde. "É uma tendência de muita consistência porque a diferença cambial é muito evidente. O que acontece com o verão é que será o prelúdio do ano. Os números serão grandes", prevê.

No ano passado, os turistas sul-americanos representaram praticamente a metade de todos os turistas estrangeiros no Brasil. Foram 3,133 milhões dos países vizinhos. Com 1,736 milhão de turistas, a Argentina é a maior emissora de turistas para o Brasil.

Mas como promover o Brasil no exterior com imagens de arrastões recentes nas praias do Rio de Janeiro? Para Lummertz, essa sombra não chega a afetar a decisão do turista de viajar ao Rio. "Para nós, sempre é desagradável ver cenas como essas. É evidente que esses eventos localizados ampliam a telesensação de insegurança. Existe essa sombra? Existe. Mas ela não tapa o sol", minimiza.

Turismo, abre portas para negócios

Lummertz explica que o turismo abre o caminho para um incremento comercial na região porque melhora a conectividade entre os países e permite o fluxo posterior de negócios. "As companhias aéreas fazem a integração da América do Sul. Por trás dos voos, com mais variedade de conexões e de destinos, alavancados pelo turismo de lazer, está um crescimento já observado de comércio entre os países. Melhor conectividade significa melhor logística, e melhor logística é convite a negócios. Isso já se percebe nos casos de Chile, Colômbia e Peru", aponta.

A desvalorização do real deve também representar um aumento do gasto médio diário dos estrangeiros no Brasil. Lummertz compara com os anos 80, quando ficou conhecida a expressão "Dame dos" (Dá-me dois). "É seguro que vai acontecer um aumento do gasto dos argentinos no Brasil. Basta você circular por Buenos Aires para ver que a vida ficou cara para nós brasileiros aqui. Quando eu vinha para cá, vi gente trazendo televisão do Brasil. Eu me lembro que isso ocorria na década de 80. Era a época do "dame dos". Era quando o argentino perguntava o preço e, de tão contentes com os preços baixos, ele pedia duas unidades do mesmo produto", recorda.

Jogos Olímpicos

A desvalorização do real pode inclusive aumentar o número de turistas durante os Jogos Olímpicos. O aumento só não será maior porque tem um limite: a capacidade de hospedar tanta gente no Rio de Janeiro. "Nossa expectativa gira em torno de 400 mil turistas do mundo inteiro vindo ao Rio de Janeiro. Em função do barateamento da viagem ao Brasil, devido ao câmbio, esse número poderá chegar a 500 mil. Mas a capacidade de carga da cidade do Rio de Janeiro tem os seus limites", analisa. "Os Jogos Olímpicos serão visualizados por cinco bilhões de pessoas, dois bilhões a mais do que a Copa do Mundo. É um evento mais longo, mas é mais concentrado em uma cidade. O impacto direto vai ser menor, o impacto de latino-americanos será menor, mas o impacto de promoção será bem maior", compara.

Parte desses turistas deve aproveitar para conhecer outras regiões do Brasil. "A Copa do Mundo aconteceu em 12 cidades e nós tivemos 491 cidades visitadas pelos estrangeiros. A nossa expectativa é de que os viajantes que vierem ao Brasil viajem pelo Brasil. Inclusive, os atletas com as suas famílias e os jornalistas", aposta.

A campanha da Embratur continua no Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e Colômbia.

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