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Combate à inflação é prioridade do Brasil, diz jornal francês

A luta das autoridades brasileiras para conter a alta da inflação ganhou destaque na edição desta sexta-feira (5) do jornal francês Le Figaro. No artigo intitulado “O Brasil começa sua virada rumo ao rigor”, o diário aponta as dificuldades internas e externas do país e o principais desafios da nova equipe econômica.

A Presidenta Dilma Rousseff
A Presidenta Dilma Rousseff Flikcr/ Blog do Planalto
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“Frear a inflação se tornou a prioridade número 1 da presidente Dilma Rousseff, reeleita em outubro com uma margem estreita de votos”, escreve Le Figaro.

A inflação também é uma preocupação do Banco Central do Brasil que surpreendeu mais uma vez ao elevar em meio por cento e atingir o patamar de 11,5%, a sua principal taxa de juros, que já é uma das mais altas do mundo, lembra o jornal conservador. "A alta de preços atingiu 6,5% em outubro, superando o teto fixado por Brasília", informa.

Entrevistado pelo jornal, um funcionário do banco francês BNP Paribas lista uma série de problemas a ser enfrentados pelo país, entre eles, a inflação que seguirá alta no ano que vem devido à maior desvalorização do real, o aumento de preços e fatores estruturais. O especialista também diz que a falta de mão de obra qualificada no Brasil faz alguns salários dispararem e problemas de infraestrutura, principalmente na rede de transportes, aumentam os custos de produção.

Até a seca, que vai impactar a produção energética e o preço de produtos agrícolas, é mencionada pelo jornal como outro elemento que compõe um cenário pouco otimista. “Apesar da saída da recessão, o crescimento da economia brasileira continua fraco e a previsão de um PIB de 0,3% este ano mostra que o país está bem longe do boom de 2010, quando cresceu 7,5%”, lembra Le Figaro. Para o jornal, “a sétima economia do mundo acumula muitas fraquezas".

Fatores da desaceleração

A desaceleração da China, parceira comercial número 1 do Brasil, e a queda dos preços das matérias primas são apontadas como os principais fatores externos que contribuíram para a economia brasileira perder o vigor. No plano interno, comenta Le Figaro, “o consumo não acompanha o dinamismo de anos anteriores”. Entre os motivos citados pelo diário francês estão o endividamento das famílias e um aperto no crédito.

“O excesso de intervenção do governo durante o primeiro mandato de Dilma afastou investidores” afirma Le Figaro. Os escândalos de corrupção envolvendo o Partido dos Trabalhadores e a Petrobras também pesam na confiança do país, na opinião do jornal.

Para marcar uma mudança, a presidente Dilma nomeou uma "equipe de choque" para comandar a economia do Brasil. Ao escolher Joaquim Levy, ex-banqueiro que passou pelo FMI, Dilma pretende deixar claro que vai priorizar o saneamento das contas públicas. Para o Le Figaro, é uma tentativa de passar uma mensagem clara de rigor diante da ameaça de uma degradação da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco.
 

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