Pedidos de refúgio crescem no Brasil, especialmente de asiáticos e africanos

O número de estrangeiros que pedem refúgio ao Brasil não para de crescer nos últimos anos, seguindo uma tendência mundial. Em 2013, segundo dados da ONU, 50 milhões de pessoas estavam refugiados. Esse dado é recorde desde a Segunda Guerra Mundial.

No Dia Mundial do Refugiado, um grupo de estrangeiros se reuniu em Brasília em um restaurante, fundado por refugiados cubanos. No cardápio, a comida típica de Cuba com arroz, feijão, carne e legumes. Marcello Casal Jr/ABr

Com a colaboração de Rhossane Lemos

O refúgio é um direito garantido por uma convenção das Nações Unidas e pode beneficiar qualquer estrangeiro que se sinta ameaçado por conta de raça, religião, opinião pública, nacionalidade ou grupo social. As causas deste aumento podem ser explicadas não somente pelas perseguições étnicas e religiosas, guerras e violências, mas também pela pobreza.

A Polícia Federal brasileira recebeu no ano passado quase 18 mil pedidos de refúgio. Um aumento de mais de 3 mil % em relação aos quatro anos anteriores. O Brasil contabiliza mais de 5.900 refugiados legalizados no país. A maior parte deles veio da Colômbia, do Congo e da Síria.

O foco do programa de refúgio brasileiro é o atendimento para a América Latina. Mas segundo o secretario Nacional de Justiça, Paulo Abrão, a ação está sendo revista e atualizada para atender o novo perfil de refugiados no país. “Cada vez mais nós recebemos solicitações de refúgio vindos da Ásia e da África e isso traz novos desafios que são a oferta de um conjunto de serviços que dêem conta de essa pluralidade cultural e, ao mesmo tempo, supere algumas barreiras de adaptação social e inserção comunitária”, conta Abrão.

O pedido de refúgio sempre deve ser feito na Polícia Federal ou no setor de imigração dos aeroportos. O órgão responsável pela análise das demandas no Brasil é o Conare, Comitê de Nacional de Refugiados. Em 2014, foram aceitos 700 solicitações de refúgio.

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