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Linha Direta

Gazprom aceita adiar prazo para que Ucrânia pague sua dívida

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A gigante Gazprom, que detém o monopólio do gás russo, informou nesta segunda-feira (2), o adiamento do prazo para que a Ucrânia pague sua dívida. A princípio, a Rússia interromperia o abastecimento já na terça-feira, mas como Kiev pagou uma primeira parcela, de US$ 786 milhões, a empresa aprovou a prorrogação, sob a condição de que os ucranianos apresentem um calendário de pagamento. Para ouvir o programa Linha Direta com a correspondente da RFI em Bruxelas, Leticia Fonseca, clique em 'Ouvir'.

O Comissário para a Energia da União Europeia, Guenther Oettinger, durante coletiva de imprensa depois das negociaçãos em Bruxelas, na sexta-feira, 30 de maio de 2014.
O Comissário para a Energia da União Europeia, Guenther Oettinger, durante coletiva de imprensa depois das negociaçãos em Bruxelas, na sexta-feira, 30 de maio de 2014. REUTERS/Thomas Peter
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O total da dívida, de US$ 2,237 bilhões, corresponde a todo o gás fornecido pelos russos antes de 1° de abril. Uma vez paga a dívida, a Gazprom se dispõe a tratar questões adjacentes como o preço do gás, que sofreu alta sem precedentes depois da destituição do presidente Viktor Yanukovich.

Para discutir este imbróglio financeiro em um contexto de profunda tensão política, representantes da Ucrânia, Rússia e Comissão Europeia se reuniram nesta segunda-feira em Bruxelas.

Nesta quarta e última rodada de negociações desde o início da crise ucraniana, os responsáveis tentam encontrar uma saída para um impasse: Kiev só aceita quitar a dívida com Moscou quando os russos diminuírem o preço e os russos só garantem o fornecimento se o pagamento for feito antes da entrega do gás.

Aumento político

De acordo com o comissário de Energia do bloco europeu, Gunther Oettinger, que tem mediado o diálogo, o preço cobrado pela Rússia é de fato abusivo e é determinado por razões políticas e não mercadológicas.

"Essa rodada de negociações em Bruxelas será a última oportunidade para a assinatura de um acordo ou a apresentação de uma queixa na Corte de Arbitragem de Estocolmo", explica Leticia Fonseca, correspondente da Rádio França Internacional em Bruxelas. Ela estima que a médio prazo a União Europeia seria prejudicada pela interrupção de fornecimento de gás para a Ucrânia.

Dependência

"Vale lembrar que a Rússia cobre 30% da demanda de gás natural da Europa e metade dessas importações passam pelos dutos ucranianos. Na Alemanha, por exemplo, 40% do gás consumido vem da Rússia, com o agravante que o país não tem um porto adaptado para importar gás liquefeito, que poderia vir da Nigéria ou dos países árabes", afirma a correspondete.

Já os países bálticos - Letônia, Lituânia e Estônia –, além da Bulgária, República Checa e Eslováquia, são 100% dependentes do gás russo. A Polônia também importa grandes quantias de gás da Rússia. Os países da Europa Ocidental, que não são tão dependentes, teriam estoques suficientes para garantir quatro meses de consumo. "A questão energética será a principal pauta da próxima reunião dos líderes europeus, nos dias 26 e 27 de junho", observa Leticia.

Para ouvir toda a conversa com a correspondente Leticia Fonsecano programa Linha Direta desta segunda-feira, clique no link acima.

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