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Linha Direta

Eleições no Reino Unido revelam duelo entre eurocéticos e trabalhistas

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O crescimento dos partidos "eurocéticos" e de extrema-direita marca as eleições para o Parlamento Europeu. A votação começou nesta quinta-feira (22) no Reino Unido e na Holanda. Uma parcela importante do eleitorado britânico se empolgou com a campanha do Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), dirigido por Nigel Farage, um líder que não esconde sua antipatia pela União Europeia.

O eurodeputado britânico Nigel Farage chega para votar em Londres, 22 de maio de 2014.
O eurodeputado britânico Nigel Farage chega para votar em Londres, 22 de maio de 2014. REUTERS/Andrew Winning
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Maria Luisa Cavalcanti, de Londres para RFI 

Além dos eurodeputados, os britânicos elegem hoje novos conselhos distritais na Inglaterra e na Irlanda do Norte. Em Londres, por exemplo, todos os 32 "boroughs", ou subprefeituras, serão renovados. Por lei, a imprensa é proibida de veicular notícias sobre a votação desde a abertura das urnas, que foi às 6h no horário local, até o encerramento, às 22h.

A última pesquisa eleitoral publicada na quarta-feira, realizada pelo instituto YouGov e o jornal The Sun, indica que tanto o Ukip quanto o Partido Trabalhista estão com 27% das intenções de voto, enquanto os Conservadores têm 23% e os Liberais-Democratas, que fazem parte da coalizão governista, na figura do vice-primeiro-ministro Nick Clegg, contam com apenas 10% das intenções de voto.

O Partido Trabalhista está tentando retomar assentos no Parlamento Europeu e se fortalecer para conseguir voltar ao poder. O Partido Conservador, por sua vez, está vendo muitos de seus eleitores migrarem para o Ukip, que adota uma linha de direita e um discurso de distanciamento da União Europeia. O partido é liderado por Nigel Farage, que é membro do Parlamento Europeu, e um dissidente dos Conservadores. Os mais preocupados são os Liberais-Democratas, que tiveram uma votação bastante expressiva em 2009, conquistando 11 cadeiras, e agora correm o risco de ver esse número cair pela metade.

O Ukip é apontado por algumas pesquisas de opinião como o favorito nestas eleições. O partido já foi o segundo colocado nas eleições de 2009 e ocupa 13 assentos do Parlamento Europeu. A sigla está “roubando” eleitores fiéis ao Partido Conservador, que tinha conquistado 25 assentos em 2009 e deve, nesta votação, perder algumas dessas cadeiras.

"Comunidade Britânica" com ex-colônias

O líder do Ukip, Nigel Farage, é uma figura polêmica, que não esconde sua antipatia pela participação da Grã-Bretanha na União Europeia. Ele defende que o país deve deixar o bloco e manter apenas relações comerciais com alguns países europeus. Ele prega a criação de um mercado comum da Comunidade Britânica, que inclua os países que foram colônias, como o Canadá, a Índia, a Austrália e a Nova Zelândia. E ainda diz que gostaria de retirar a Grã-Bretanha da Convenção Europeia para Refugiados e da Convenção Europeia para os Direitos Humanos, como "uma medida antiterrorismo".

Alguns analistas acreditam que o aumento do apoio ao Ukip vem do fato de o Partido Conservador adotar um discurso mais moderado em relação à permanência do país na União Europeia. O primeiro-ministro David Cameron tem reiterado que, se for reeleito no ano que vem, vai convocar um plebiscito para discutir os rumos da Grã-Bretanha no bloco europeu para 2017. Mas é importante lembrar que o atual governo ainda funciona numa coalizão que envolve o Partido Liberal Democrata, que tem como uma de suas principais bandeiras a aproximação com a União Europeia.

As eleições de hoje são vistas como um termômetro para a votação de 2015, quando os britânicos decidirão se querem manter o atual governo conservador de David Cameron no poder ou não. O partido que levar o maior número de cadeiras no Parlamento Europeu será declarado o vencedor.

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