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Ciência e Tecnologia

Desaparecimento de Boeing relança discussão sobre localização de aviões em áreas remotas

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O desaparecimento do Boeing 777-200, cuja queda no oceano Índico foi confirmada pelo governo malaio nesta segunda-feira (24), ainda intriga especialistas do mundo todo. O coronel da reserva da FAB (Força Aérea Brasileira), Luís Cláudio Lupoli, participou como representante brasileiro da investigação do acidente do voo AF447 em 2009. Ele explica a dificuldade de rastrear a rota de um avião em caso de desligamento do sistema elétrico e em áreas remotas.

O operador de satélite Inmarsat e o Escritório britânico de Investigação sobre Acidentes Aéreos "concluíram que o MH370 voou no corredor sul e que sua última posição se encontrava no meio do Oceano Índico", anunciou a companhia Malaysia Airlines.
O operador de satélite Inmarsat e o Escritório britânico de Investigação sobre Acidentes Aéreos "concluíram que o MH370 voou no corredor sul e que sua última posição se encontrava no meio do Oceano Índico", anunciou a companhia Malaysia Airlines. REUTERS/Andrew Winning
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O que pode ter acontecido dentro do cockpit do Boeing 777-200? Como os radares e satélites não puderam detectar a aeronave durante semanas?

O coronel da reserva da FAB (Força Aérea Brasileira), Luis Cláudio Lupoli, participou como representante do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) nas investigações do voo AF447. Ele lembra que a comunicação por satélite depende de uma alimentação elétrica da aeronave, que, caso seja desativada, impede sua localização.

"Ainda dependemos muito da comunicação por via satélite em locais onde não é possível instalar um radar", explica. É o caso da região por onde passou o Boeing da companhia malaia em direção ao oceano Índico. 

O piloto também lembra que os radares militares tem um alcance próximo das fronteiras, "mas como o Boeing estava voando perto de uma área isolada, é possível que nenhum radar o tenha detectado", explica. Como a ligação com os satélites foi interrompida, em princípio propositadamente, detectar o Boeing tornou-se impossível, lembra Lupoli.

Recuperação dos destroços pode esclarecer acidente

A recuperação dos destroços do Boeing 777-200, perto da cidade australiana de Perth, é o primeiro passo para tentar esclarecer as causas da tragédia, que não deixou sobreviventes.

O avião da Malaysia Airlines deixou o aeroporto de Kuala Lampur em direção à Beijing no dia 8 de março, com 227 passageiros a bordo e 12 membros da tripulação, às 00h41 no horário local.

O voo MH370 desapareceu dos radares cerca de 50 minutos depois da decolagem, e durante mais de duas semanas 26 países se mobilizaram para encontrar a aeronave ou pistas que explicassem seu desaparecimento.

O governo malaio também confirmou que o desvio de rota foi proposital, assim como o desligamento do Transporder e todos os sistemas de navegação. A aeronave também ainda voou durante sete horas depois do desaparecimento dos radares.

Os destroços, que já haviam sido identificados por um satélite chinês e outro francês, estão sendo recuperados pelo navio australiano HMAS Success, equipado de um guindaste capaz de içar grandes objetos. Um avião americano, um australiano e outro japonês também devem auxiliar nas buscas.

Para piloto francês, avião pode ter sido desviado por piratas do ar

Gérard Arnoux, ex-piloto da Air France, lembra que nenhuma aeronave está imune a um problema técnico, mas ele acredita que esse não foi o caso da companhia aérea malaia, e descarta a possibilidade de uma pane elétrica.

Segundo ele, qualquer falha teria impossibilitado que o Boeing ainda voasse por várias horas."Qualquer avião pode ter um problema. O Boeing já apresentou problemas nos motores ou fissuras na fuselagem, mas não nesse modelo. Mas como ele ainda voou por mais sete horas, essa hipótese pode ser descartada", diz.

O piloto francês também não descarta o sequestro da aeronave por piratas do ar. O sequestro do avião, porém, poderia ter fracassado por razões desconhecidas, entre elas, falta de combustível. “Nesse caso uma rede terrorista não reinvindicaria algo que deu errado. Mas se trata certamente de um ato terrorista”, diz.

 

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