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Hollande fracassou em sua política de empregos, constata a imprensa

Os jornais de hoje (28) analisam o novo aumento do desemprego registrado em dezembro (+0,3%) na França, o que significa que mais 10,2 mil pessoas perderam o trabalho, elevando para 3,3 milhões o contingente de desempregados no final de 2013.

Capa do jornal francês Les Echos desta terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Capa do jornal francês Les Echos desta terça-feira, 28 de janeiro de 2014
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François Hollande perdeu sua aposta de inverter a tendência de alta do desemprego, afirmam as manchetes dos jornais Le Figaro e Aujourd'hui en France. O presidente tem muito trabalho pela frente, ironiza o Libération. Sob a imagem de um chefe de estado prostrado, olhando para baixo, o Les Echos diz em sua manchete que o novo aumento do desemprego representa um fracasso para o líder socialista. "Ele vai bater de frente contra a parede", declara indignado o jornal comunista L'Humanité, ressaltando que mesmo com o fracasso comprovado de sua política econômica, o presidente francês já anunciou que vai continuar na mesma linha.

O diário econômico Les Echos, de tendência liberal, considera que o maior problema de Hollande é que ele fez promessas sobre o desemprego, o crescimento e o déficit público sem criar os instrumentos para concretizar as melhorias.

O jornal deplora que a França tenha adotado velhas receitas, totalmente ultrapassadas, para lutar contra a desindustrialização e uma concorrência globalizada. O governo continuou lutando para proteger empregos quase vitalícios, uma jornada de trabalho menor do que nos países vizinhos e indústrias obsoletas, critica o jornal.

Problemas estruturais persistem

O conservador Le Figaro acha que está na hora de enfrentar problemas estruturais, como o elevado custo do trabalho na França e um corte drástico nas despesas públicas. O jornal também defende uma ampla reforma na legislação trabalhista, considerada muito complexa e rígida, a ponto de dificultar a criação de empregos.

A imprensa tem dúvidas se as medidas anunciadas no início de janeiro, durante a coletiva do presidente, são suficientes para dar um novo fôlego à economia.

O Libération, jornal próximo do Partido Socialista, diz que a política de oferta decidida por Hollande enfrenta três dificuldades: o crescimento de 1% previsto neste ano é insuficiente para a criação de empregos; sem encomendas, as empresas francesas estão mais inclinadas a demitir do que contratar; e apesar de algumas declarações de apoio, a maior parte do empresariado não confia na política socialista. As empresas querem ver, primeiro, uma evolução positiva do crescimento; depois, elas vão decidir se empregam mais trabalhadores.

O L'Humanité afirma que é possível estimular o crescimento pela criação de empregos, mas para isso é preciso que os empresários se comprometam com metas numéricas de abertura de novos postos de trabalho, o que eles se recusam a fazer nessa conjuntura incerta.
 

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