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França

Manifestações de racismo inquietam a França

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Uma capa de jornal contendo ofensas à ministra da justiça francesa acendeu o alerta sobre o recrudescimento das manifestações racistas no país. A publicação de extrema direita Minute Hebdo comparou Christiane Taubira a um macaco, provocando indignação no governo do Partido Socialista, que já toma medidas judiciais contra o jornal. Este foi o segundo ataque sofrido por Taubira nas ultimas semanas.  

A ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira vítima de racismo critica falta de uma posição oficial firme contra insultos racistas.
A ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira vítima de racismo critica falta de uma posição oficial firme contra insultos racistas. REUTERS/Philippe Wojazer
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No final de outubro, em Arle, manifestantes contra o casamento gay também gritaram ofensas de cunho racista. A ministra se pronunciou na quarta-feira à noite ao canal de TV France 2 afirmando que a capa é de extrema violência e que, nas palavras da ministra, "pretende negar o meu pertencimento à raça humana".

Uma pesquisa realizada nesta semana pelo instituto de opinião BVA mostra que 57% dos franceses acreditam que o racismo aumentou no país nos últimos 10 anos. Os autores da sondagem apresentam duas hipóteses para explicar o resultado.

Ou o racismo de fato aumentou ou as pessoas estão menos tolerantes a ele. Para o pesquisador brasileiro Pedro Vianna, editor-chefe da revista científica francesa Migrations Société, a Franca costuma passar por diferentes momentos históricos em que mais ou menos manifestações racistas são verificadas.

O repúdio à capa do Minute Hebdo partiu de diversos lados da política francesa, inclusive de Marine Le Pen, líder do Front National, de extrema direita. O jornal se defende creditando as ofensas ao seu caráter satírico.

Esta deve ser, inclusive, a tese de defesa do Minute quando confrontado nos tribunais. Alguns analistas da política francesa acreditam que o jornal tentará fazer valer a mesma tese que inocentou o Charlie Hebdo, jornal que publicou caricaturas de Maomé em 2011. O professor de comunicação da Universidade de Paris 8 Maxime Cervulle acredita, no entanto, que não há possibilidade de o Minute sair vitorioso com a mesma argumentação.

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