Rússia foi palco da pior onda de xenofobia dos últimos três anos

Após o assassinato de um jovem russo na semana passada, que teria sido esfaqueado por um imigrante do Cáucaso, a Rússia foi palco dos mais violentos confrontos interétnicos dos últimos três anos. Em conseqüência, o tema da imigração está em foco na Rússia. Grupos nacionalistas tem usado a morte desse jovem para incitar um discurso anti-imigrante, cada vez mais popular no país.

Mais de 1.200 imigrantes foram presos em Moscou, um dia após os conflitos étnicos de domingo. REUTERS/Ivan Stolpnikov

O suspeito de ter assassinado o jovem russo Igor Chtcherbakov, de 25 anos, na semana passada, foi detido na noite de ontem, mas a situação continua tensa na Rússia. O suspeito, Orkhan Zeinalov, originário do Azerbaijão, confessou aos investigadores ter esfaqueado Egor Chtcherbakov no bairro de Birioulevo, no sul de Moscou, informou um comunicado da polícia. Hoje, no mesmo bairro, um cidadão do Uzbequistão, de 51 anos, foi encontrado morto.

Foi nessa região que uma manifestação em protesto contra o assassinato do jovem russo, reunindo milhares entre 3 e 5 mil jovens, terminou em tumulto e confronto com a polícia. Os manifestantes invadiram um importante mercado de frutas e legumes onde trabalham diversos imigrantes do Cáucaso e da Ásia Central, gritando frases como “Poder Branco”, “Avante Rússia” e Rússia para os russos”. Na segunda-feira, mais de 1.200 imigrantes que trabalhavam no local foram detidos pela polícia.

Nosso correspondente em Moscou Sandro Fernandes dá os detalhes sobre essa tensão atual na Rússia e explica por que o tema de imigração está mobilizado o país. Clique acima para ouvir o Linha Direta: