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Imprensa critica decisão do governo de aumentar impostos da classe média em 2014

Os jornais desta quinta-feira, 26 de setembro, avaliam o projeto de orçamento do governo francês para 2014 e adotam tom bastante crítico.

Capa dos jornais franceses L'Humanité e Libération desta quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Capa dos jornais franceses L'Humanité e Libération desta quinta-feira, 26 de setembro de 2013
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O jornal progressista Libération constata que o governo francês está finalmente assumindo com mais transparência sua política econômica, e o resultado é que o rigor aumenta, enquanto o desemprego recua, segundo os últimos dados oficiais. No projeto de orçamento dos socialistas para 2014, duas coisas ficam claras, escreve o Libération: são as famílias de classe média que vão pagar a conta dos déficits do Estado no ano que vem, então a promessa de pausa fiscal não vai se realizar.

Por outro lado, o Libération nota que a pressão tributária sobre as empresas vai diminuir, então está mais do que na hora de o governo Hollande cobrar dos empresários mais investimentos e criação de empregos.

O diário conservador Le Figaro diz em manchete que o déficit público vai aumentar no ano que vem, apesar da cobrança de impostos atingir níveis estratosféricos. O jornal critica essa estratégia, assinalando que o governo adia para o ano que vem cortes nos gastos públicos. Mesmo com a melhor boa vontade do mundo, escreve o Le Figaro em editorial, fica difícil encontrar um motivo de satisfação no orçamento de 2014. "Vamos passar mais um ano enclausurados nesse ciclo infernal de despesas enormes e impostos exponenciais", o que arruína qualquer esperança de crescimento econômico.

O jornal comunista L'Humanité cita em manchete uma frase do escritor Victor Hugo: "é o inferno dos pobres que faz o paraíso dos ricos". O jornal considera que para satisfazer a Comissão Europeia e o empresariado francês, o orçamento de 2014 corta como nunca as despesas públicas, e reduz consideravelmente os impostos pagos pelas empresas. São os cidadãos franceses que vão pagar essa conta pesada e injusta, diz o L'Humanité, com o aumento previsto da TVA, o imposto sobre produtos e serviços, no ano que vem.

O diário católico La Croix afirma que o orçamento francês de 2014 tenta comprimir as despesas, mas ainda assim não consegue amenizar a pressão tributária. Segundo o La Croix, as famílias francesas terão dificuldades para entender a política socialista. O diário católico estima que as contas do Estado estão no vermelho porque os serviços oferecidos são faturados abaixo de seu valor, o que torna legítimo um aumento dos impostos. O problema é que não existe fiscalização suficiente dessas despesas para evitar desperdícios.

O jornal Aujourd'hui en France destaca em manchete mais um caso de infanticídio que comove os franceses. Uma menina de 5 anos, Fiona, desaparecida desde maio num parque de Clermont Ferrand, foi assassinada pelo padrasto com a cumplicidade da mãe, que ontem confessou o crime à justiça.
 

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