Confrontos deixam sete mortos e 261 feridos no Egito
O Cairo teve uma madrugada tumultuada nesta terça-feira, dia 16 de julho. Confrontos entre a polícia, e os partidários e opositores do presidente deposto Mohamed Mursi deixaram ao menos sete mortos e 261 feridos. Os violentos incidentes resultaram na prisão de 400 pessoas e acontecem no primeiro dia de visita do ao Cairo do vice-secretário de Estado americano, William Burns.
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A polícia lançou bombas de gás lacrimogênio para dispersar um protesto de partidários do presidente deposto Mohammed Mursi, que bloquearam a circulação numa via importante do centro da cidade. Os manifestantes responderam atirando pedras e enfrentando as forças de ordem.
O clima esquentou entre motoristas irritados, moradores do bairro e os islamitas que apoiam Morsi. Os policiais atiraram bombas de gás lacrimogênio para dispersar os confrontos e os manifestantes que bloqueavam uma das principais avenidas da capital.
As violências foram registradas no primeiro dia de visita ao Cairo do vice-secretário de Estado americano, William Burns, que foi recebido com frieza pelo governo egípcio. Tanto os partidários quanto os opositores do presidente deposto desconfiam de Washington.
O partido salafista Al Nour, segundo maior movimento islâmico do país depois da Irmandade Muçulmana, e o grupo Tamarod, que esteve na origem das grandes manifestações que levaram à queda de Mursi, recusaram um convite para encontrar o emissário americano.
Os salafistas criticam as intervenções, segundo eles "injustificadas", dos Estados Unidos no Egito. Já os representantes do Tamarod exigem que Washington reconheça o "novo sistema" e peça desculpas "por seu apoio ao partido da Irmandade Muçulmana e ao terrorismo".
Enquanto isso, o novo premiê Hazem Beblawi deve anunciar até amanhã os últimos nomes que compõem sua equipe de governo, formada em grande parte por economistas. O objetivo é tranquilizar os investidores estrangeiros escolhendo pessoas conhecidas por sua competência.
Primeiro presidente eleito de forma democrática no Egito, Mohamed Mursi continua detido em um local secreto.
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