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Jornal francês compara protestos na Turquia com primavera árabe

A revolta popular contra o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan e a reforma do governo francês de um benefício para as famílias com o objetivo de diminuir o rombo da seguridade social são os destaques da imprensa francesa desta segunda-feira.

Capa dos jornais franceses, Libération, La Croix e Aujourd'hui en France desta segunda-feira, 03 de junho
Capa dos jornais franceses, Libération, La Croix e Aujourd'hui en France desta segunda-feira, 03 de junho
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Um ar de primavera árabe. Com essa manchete o jornal Libération faz um paralelo entre a atual revolta popular contra o governo do conservador Recep Tayyip Erdogan com o movimento iniciado na Tunísia, em 2011, que derrubou muitos ditadores do mundo árabe.
Segundo o Libé, os quatro dias de violência em Istambul revelaram o mau estar crescente da população turca. As manifestações tem como pano de fundo as restrições religiosas impostas por um governo conservador e islâmico, de acordo com o Libé. Um analista considera no entanto que a revolta contra o primeiro-ministro, que assumiu o poder em 2002, está mais relacionada com o movimento dos indignados do que com a revolta árabe. Em editorial, o Libération diz que o Partido islâmico-conservador de Erdogan mostra seus limites ao restringir espaços de liberdade para a população.

A reforma dos benefícios fiscais para as famílias francesas está na manchete dos principais jornais do país. Antes mesmo do anúncio das mudanças da chamada política familiar, os jornais comentam essa delicada manobra do governo de reduzir um benefício social para economizar.
O Aujourd'hui en France por exemplo fez os cálculos das duas propostas discutidas pelo governo: a principal delas é a de reduzir o abatimento fiscal do imposto de renda para casais com filhos. O limite máximo de descontos passaria de 2 mil euros para 1.500 euros. Essa fórmula faria o governo economizar 915 milhões de euros. A segunda proposta seria diminuir os benefícios oferecidos pelo governo aos casais com 2 ou mais filhos, mas com uma boa renda mensal. A economia seria de 1 milhão de euros, segundo o jornal. Pelo menos 700 mil famílias seriam atingidas, nos cálculos do Aujourd'hui en France.

O La Croix diz que chegou o momento do presidente François Hollande tomar uma medida dolorosa. Isto porque a política familiar é um assunto que os franceses defendem com unhas e dentes. O tema é tão delicado que a decisão do governo só foi adotada no final no último minuto. O jornal católico acredita que o governo vai optar por diminuir as ajudas às famílias mais abastadas, por considerar uam medida mais justa e de menos risco político.

O Le Figaro destaca as reações da oposição de que o governo corta ajudas sociais das famílias
ao invés de economizar dinheiro em outros setores. Segundo o jornal conservador, as medidas devem atingir 15% das famílias no país. Para o Le Figaro, o presidente Hollande decidiu pedir mais esse esforço aos franceses para amortizar o rombo de 2 bilhões de euros anuais da seguridade social e cumprir sua promessa de reduzir o déficit público francês.

 

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