Alta do desemprego afunda a Europa, dizem jornais

A imprensa francesa dessa manhã acordou de ressaca com os números do desemprego no país e também nos vizinhos. "A Europa está submersa pelo desemprego". Essa é a manchete-catástrofe do jornal Les Echos de hoje. O tom pessimista também está presente nos demais jornais.

Fila na porta de um agência de emprego em Barcelona (Espanha). REUTERS/Albert Gea

O Les Echos coloca com grande destaque que o nível de desemprego na França atingiu 3,2 milhões de pessoas, superando um pico histórico de 1997. Para o jornal, esses dados confirmam que o problema do mercado de trabalho na França só tem piorado desde o início da crise em 2008. Diante desse cenário, os sindicatos franceses se mostram bastante pessimistas e esperam pelo pior nos próximos meses.

Esse desânimo também está presente das páginas do Libération. O jornal de esquerda, geralmente bastante alinhado com as políticas do governo, avalia que as medidas anunciadas pelo presidente François Hollande não deverão servir para mudar a tendência. O programa de emprego para jovens, por exemplo, é visto como uma medida de curto prazo que servirá apenas para empurrar o problema para frente.Mas o jornal pondera que o governo anterior tem lá sua parcela de culpa pela situação atual.

Mesmo com tanto desânimo, alguns jornais se arriscam a apontar dicas para sair desse quadro de  estagnação no mercado de trabalho. O jornal católico La Croix traz o exemplo da Espanha. Ontem o país também anunciou que o número de desempregados no país chega a 6 milhões. Para tentar contirnar ese problema, muitos espanhóis sem emprego estão criando suas próprias empresas e o governo espanhol tenta lançar medidas para ajudar esses pequenos empresários.

Já o Figaro traz outras receitas, como um melhor aconselhamento profissional dos desempregados e estímulo fiscal para pequenas empresas. Já um empresário ouvido pelo jornal ousa defender a flexibilização dos contratos de trabalho, um asunto que é tabu entre os socialistas.