Luxuoso hotel Crillon, em Paris, fecha as portas por dois anos

Um dos hoteis mais tradicionais de Paris, o Crillon, vai fechar as portas a partir deste final de semana, para a realização de obras de renovação que vão durar dois anos. Esta sexta-feira, 29 de março, marcou a despedida do local, entre abraços e lágrimas dos funcionários.

Hotel Crillon ocupa a Praça da Concórdia desde 1909, mas foi construído no século 18. Tim Graham/Getty Images

Construído na época de Luís 15, o prédio foi comprado pelo conte de Crillon e transformado em hotel em 1909. Desde então, teve como clientes assíduos personalidades como Winston Churchill, Ernest Hemingway, Charlie Chaplin, Bill Clinton, Michael Jackson e Madonna.

O hotel Crillon ocupa um espaço privilegiado da Praça da Concórdia, no centro da capital francesa. Em 2010, o estabelecimento – um dos mais luxuosos do mundo – foi comprado pela família real saudita.

“Estamos infinitamente tristes. Nós viemos aqui há 32 anos. É um lugar mágico”, disse à agência AFP a turista belga Bernie Schumacher, enquanto agradecia ao concierge do hotel, Serge, e antes de partir após uma última estadia no local. ”Para mim, é a minha vida, a minha segunda casa”, afirmou o funcionário, que trabalha há três décadas no Crillon.

No futuro, o hotel vai abrigar um spa no subsolo. O arquiteto Richard Martinet e a diretora artística Aline d'Amman assinam o projeto. “Não vamos tocar nos salões históricos do primeiro andar, mas vamos reformar todos os quartos. Também vamos renovar todo o andar térreo e os pátios internos”, explicou Sandrine Daban, assessora de comunicação do hotel, que tem 147 quartos. “É uma restauração, não uma ruptura. O estilo permanecerá Luís 18.”

Entre 500 e 600 peças, acessórios ou móveis serão guardados, mas o restante da mobília, num total de 3,5 mil lotes, será posto à venda em um leilão, em abril. Também 2 mil das 7 mil garrafas de vinho da adega do hotel serão vendidas.

Neste sábado, um último jantar de despedida será realizado no restaurante Les Ambassadeurs, ao preço de 280 euros, sob os cuidados do chef Christopher Hache. Quanto aos funcionários, a administração do Crillon espera que pelo menos a metade dos 360 empregados deve voltar a trabalhar no estabelecimento, quando as obras estiverem concluídas.