Eleição de Marco Feliciano é criticada por Anistia Internacional
Eleição de polêmico deputado, eleito sob protestos para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, mostra lugar do tema na agenda política brasileira. Manifestação de protesto ocorre em Paris neste sábado.
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Colaboração de Mariana Muniz
A eleição do pastor evangélico Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados brasileira, traz à tona o debate sobre o lugar que os direitos humanos ocupam na política do país. Feliciano responde no Supremo Tribunal Federal (STF) a dois inquéritos, um sobre homofobia e outro sobre estelionato e foi eleito sob protestos no último 7 de março. Deputado pelo Partido Social Cristão (PSC) de São Paulo, ele é criticado por declarações racistas e homofóbicas.
Para Atila Roque, diretor da Anistia Internacional Brasil, a chegada de Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos é sintomática, deixando claro que as instituições políticas andam em descompasso com a opinião pública.
A eleição do pastor provocou uma série de manifestações populares no Brasil, especialmente nos sites de rede sociais. São petições, abaixo-assinados e reuniões, que mostram a rejeição da comunidade ao fato de alguém com opiniões tão controversas assumir uma comissão responsável por avaliar e investigar denúncias de violações de direitos humanos e votar propostas relativas ao tema.
As manifestações contra Feliciano chegaram até Paris. Neste sábado (23), nas proximidades da embaixada brasileira, ocorre um ato contra a permanência do pastor à frente da Comissão. Organizado pela brasileira Maira Possas, de 25 anos, o evento "Feliciano, dégage", algo como "cai fora, Feliciano", espera reunir cerca de 160 pessoas. "Fiquei indignada e decidi, já que há tantos brasileiros aqui em Paris, fazer uma manifestação também". A marcha contra Feliciano em Paris começa às 14h deste sábado, na Place de la Reine Astrid.
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