Socialista detalha programa de governo em longas entrevistas

Novas pesquisas eleitorais publicadas hoje na França confirmam o favoritismo do socialista François Hollande sobre o presidente Nicolas Sarkozy, nas eleições presidenciais francesas. Depois de passar algumas semanas estagnado nas sondagens, três pesquisas dão Hollande como vitorioso no primeiro turno com 27% a 30% de intenções de voto e com a 55% a 57% no segundo turno face a Sarkozy.

O candidato socialista François Hollande faz campanha em Rennes, em 4 de abril REUTERS/Stephane Mahe

Dois jornais, Libération e Les Echos, trazem hoje longas entrevistas com o candidato socialista. Hollande detalha seu programa econômico ao Les Echos dizendo que na Europa "nada será feito sem a França". Ele prometeu aos franceses rever o pacto fiscal aceito pela maioria dos países da União Europeia. O candidato da esquerda alega que as políticas de austeridade adotadas nos últimos meses impedem a retomada do crescimento e julga imperativo rever essa política. Segundo Hollande, os bancos receberam importantes injeções de liquidez do Banco Central Europeu e não usaram esse dinheiro para ajudar os países do bloco em dificuldades.

Questionado se os 50 bilhões de euros adicionais de arrecadação previstos em seu programa não vão sufocar a economia mais ainda, Hollande afirma que os franceses sabem que terão de pagar mais impostos para reduzir o déficit público. A questão, para o candidato, é determinar quem fará o sacrifício e ele deixa claro que serão as famílias mais ricas, com rendimentos superiores a 150 mil euros por ano.

Ao Libération, Hollande diz que tem o dever de fazer um bom governo. "A esquerda não pode só criticar", declara o candidato, "tem de exercer um poder responsável". Em editorial, o Libé estima que Hollande está maduro e preparado para assumir o cargo mais elevado da república francesa.