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Trunfo do governo brasileiro na crise é a confiança da população, diz Le Figaro

Somente hoje a imprensa francesa dá destaque às medidas lançadas na terça-feira pelo governo brasileiro para proteger a economia da crise internacional. O jornal conservador Le Figaro relata que o Brasil adotou medidas de choque para relançar a atividade industrial.

Capa dos principais jornais franceses
Capa dos principais jornais franceses A. DE FREITAS
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"Quinze setores estratégicos serão exonerados de impostos; o crédito às pessoas físicas vai ficar mais barato; o Estado brasileiro vai privilegiar os produtos 'made in Brazil'", tudo isso para alcançar 4,5% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, conta o Le Figaro.

A questão é estimular o crescimento a qualquer preço, escreve o diário conservador, depois da decepção causada pela desaceleração da economia no ano passado. O crescimento do PIB brasileiro em 2011 foi de apenas 2,7% contra 7,5% em 2010. Com a decisão de injetar 60 bilhões de reais na economia, a presidente Dilma Rousseff quer reiterar o sucesso das políticas econômicas do ex-presidente Lula, avalia o diário. O objetivo é fazer o Brasil passar imune pelos efeitos negativos da crise econômica mundial.

Le Figaro estima que reduzir as taxas de juros, como o plano propõe, era necessário. Descontada a inflação, o Brasil paga uma taxa de 4,5% de juros, 9,5% no total. Esse valor, comparado com as taxas propostas pelos Estados Unidos e a Europa, torna o país um ímã de capitais. O valor é ainda astronômico na conjuntura atual, diz o Le Figaro. Mas o governo entendeu que é preciso quebrar esse círculo vicioso que mantinha os juros altos para evitar uma explosão da inflação. As aplicações financeiras no Brasil são mais rentáveis do que colocar o dinheiro no setor produtivo, explica o jornal, acrescentando que a entrada maciça de capital estrangeiro no Brasil ainda valorizou excessivamente o real.

Le Figaro ouviu o economista Roberto Messenberg, do Ipea, que explica que o custo Brasil ainda é muito elevado pela pobreza das infraestruturas do país. O governo precisava aumentar a taxa de investimento de 20% para 25%, no mínimo, avalia o economista.

O principal trunfo do governo brasileiro é a confiança da população, conclui Le Figaro, citando os 77% de aprovação popular ao governo de Dilma Rousseff.
 

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