Acessar o conteúdo principal
França/eleições

Sarkozy é “cínico” e sua campanha “repugnante”, dizem jornais americanos

O jornal The New York Times condena a estratégia do presidente Nicolas Sarkozy de atrair eleitores da extrema-direita e afirma que a campanha do presidente francês Nicolas Sarkozy para a reeleição se tornou “desesperadora e repugnante”. As críticas são publicadas um dia após outro jornal americano, o Wall Street Journal, qualificar em um editorial o chefe de estado francês de Sarkozy Le Pen, em referência ao líder histórico da extrema-direita francesa.

Nicolas Sarkozy
Nicolas Sarkozy Reuters/Philippe Wojazer
Publicidade

 “A campanha do presidente Nicolas Sarkozy para sua reeleição se tornou ligeiramente desesperadora e mais do que ligeiramente repugnante”, escreve o diário nova-iorquino em seu editorial. Para o jornal, o presidente-candidato Sarkozy tenta diminuir sua diferença em relação ao rival socialista François Hollande “atacando os imigrantes estrangeiros, as importações estrangeiras e até mesmo a alimentação dos muçulmanos franceses”.

“Sarkozy acredita que talvez seja uma boa tática política ceder às exigências do racismo e da
xenofobia”, afirma o jornal. O The New York Times lamenta que o novo "tom violento" da campanha já tenha se traduzido em resultados positivos para Sarkozy nas pesquisas. "Quem perde é a sociedade francesa", diz o jornal. "A França passa por um momento difícil, mas Sarkozy poderia fazer uma campanha mais digna”, escreve o diário sustentando que o presidente tem a seu favor o sucesso de sua política interna, em referência à reforma do sistema de aposentadoria, e de sua política externa, com a bem-sucedida operação na Líbia.

“Seu principal adversário tem idéias vagas e propostas econômicas totalmente irrealistas”, julga o The New York Times, em referência a François Hollande. Apesar disso, o jornal acusa Sarkozy de ter preferido jogar “baixo”. Em relação à polêmica sobre a carne halal, consumida pelos muçulmanos de acordo com o ritual da religião islâmica, o jornal afirma que o tema, abordado primeiramente pela candidata da extrema-direita Marine Le Pen, acabou sendo utilizado por Sarkozy pra atrair votos. “É cruel e destrutivo submeter a religião ao ridículo”, escreveu o The New York Times. O jornal conclui que de maneira “lamentável", Sarkozy não tem o menor problema de ser "superficial" e "cruel" só para conquistar eleitores do partido de extrema-direita Frente Nacional.

Cinismo

Na terça-feira, o Wall Street Journal já tinha denunciado a declaração do presidente francês, que propôs suspender na França o tratado de Schengen, que garante a livre circulação de pessoas em 27 países europeus, para proteger o país do fluxo de imigrantes clandestinos. A foi qualificada pelo jornal de “retórica anti-imigração perfeitamente cínica”.


 

*Clique aqui para saber mais sobre os candidatos e regras das eleições presidenciais francesas e confira os bastidores em nossa galeria de imagens.
* Não deixe de navegar pela nossa série de matérias especiais e programas, aqui!
*Acompanhe nosso facebook, clicando aqui.
*Se você prefere o twitter, clique aqui.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.