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Imprensa

Referências a De Gaulle dominam discursos dos candidatos à presidência

Com dois grandes comícios no fim de semana, do presidente Nicolas Sarkozy e da candidata de extrema-direita Marine Le Pen, a campanha presidencial francesa recebe destaque nas manchetes desta segunda-feira, 20 de fevereiro.

Capa do 'Libération' desta segunda-feira.
Capa do 'Libération' desta segunda-feira. RFI
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O diário conservador Le Figaro, assumidamente partidário da reeleição do presidente Nicolas Sarkozy, expõe as ideias desenvolvidas pelo chefe de Estado, ontem, em seu primeiro grande comício de campanha, em Marselha. Sarkozy, assim como seus adversários, tem falado muito no "amor pela França", um conceito que marcou a era do ex-general Charles de Gaulle, o grande político francês da segunda metade do século passado, o homem que libertou a França do nazismo e marcou governos sucessivos com seus ideais republicanos.

O gaulismo não existe mais, escreve Le Figaro em editorial, mas Sarkozy seria, para o jornal, o candidato com mais capacidade para reencarnar o amor pela nação como defendia o general De Gaulle. Le Figaro estima que Sarkozy pode fazer a França avançar, se os franceses souberem aceitar sacrifícios, a mesma proposta de De Gaulle no pós-guerra.

O jornal progressista Libération busca desqualificar a ideia de que a esquerda não ama a França, como Sarkozy quer fazer os eleitores acreditarem. "Sarkozy é só oratória", rebate o editorial do Libération. A referência ao povo que o candidato conservador tanto exalta nesta campanha e quer trazer para o centro de sua ação política, com referendos sobre a imigração e o seguro-desemprego, não passa de falácia para o Libération. A direita esteve no poder nos últimos 10 anos, escreve um editorialista, e não fez nada pelos mais desfavorecidos; ao contrário, favoreceu a camada mais abastada da população com sucessivos pacotes de isenção fiscal.

O diário católico La Croix lamenta que a polarização da campanha entre o opositor socialista e o presidente conservador tenha acontecido tão cedo. Na opinião do La Croix, além dos principais adversários poderem levar uma rasteira das urnas, a polarização empobrece o debate político. La Croix adverte que ainda existem muitos eleitores indecisos e nenhum grande programa político na pauta de discussões.

O jornal comunista L'Humanité critica a radicalização do discurso sarkozista à direita. "Ele se contentou com duas horas de discurso populista, para escapar da realidade de um governo fracassado", diz o L'Humanité.
 

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