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Sarkozy aposta em "última cartada" para tentar reeleição

O último pacote de medidas anunciadas pelo presidente Nicolas Sarkozy antes do fim de seu mandato está nas manchetes de toda a imprensa francesa desta segunda-feira. Além de repercutir as propostas lançadas para gerar empregos e aumentar a competitividade da França, os jornais são unanimes em avaliar que Sarkozy deixou claro que tentará a reeleição, apesar de não ter anunciado oficialmente sua candidatura.

Nicolas Sarkozy durante o anúncio das medidas econômicas, neste domingo, 29 de janeiro de 2012.
Nicolas Sarkozy durante o anúncio das medidas econômicas, neste domingo, 29 de janeiro de 2012. REUTERS/France Television
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Para o jornal econômico Les Echos, o presidente Sarkozy aposta tudo há 80 dias das eleições presidenciais e seu anúncio é comparado a uma cartada decisiva como em um jogo de pôker. Suas medidas priorizando a competitividade e o crescimento foram bem calculadas tanto sob o ponto de vista econômico quanto político, avalia o jornal.

Para o Le Figaro, a decisão do presidente de aumentar o imposto sobre os produtos de valor agregado e dar maior flexibilidade ao mercado de trabalho a menos de 3 meses das eleições é algo inédito e que deve ser inscrito nos anais da República Francesa. Em pouco tempo o país vai saber se ele correu um risco mal avaliado ou deu um golpe magistral ao anunciar as reformas de grande impacto para fazer a França voltar a ser competitiva.

Um presidente perdido, julgou o Libération criticando as medidas consideradas limitadas como o aumento de 1,6% do imposto para bens e serviços. Em editoral, o jornal lembrou as insistentes comparações de Sarkozy com a Alemanha, país apontado por ele como modelo de reformas que permitiram criar empregos e aumentar a competitividade.

O Libé lembra que a busca do governo alemão pela eficiência provocou uma ruptura da coesão social e resultou em empregos precários e trabalhadores pobres. É desesperador ver Sarkozy pregar a flexibilidade do mercado de trabalho para se adaptar à crise sem combater o mal pela raíz, escreve o jornal.

Para o L'Humanité, o aumento do imposto sobre mercadorias e serviços vai reduzir o poder aquisitivo dos franceses mais modestos. Para o jornal comunista, ao anunciar o fim das 35 horas de trabalho semanais, o chefe de estado faz uma chantagem com os sindicatos, forçados a aceitar o pacto "competitividade e emprego". Até no final de seus 5 anos de mandato Sarkozy erra em suas decisões, escreveu em manchete o L'Humanité.

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