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Síria/ Violência

Sírios protestam contra regime em meio a nova onda de violência

Pelo menos 20 pessoas morreram, nesta sexta-feira, segundo o Observatório sírio dos direitos humanos (OSDH), em uma nova onda de repressão. Milhares de manifestantes foram às ruas para mostrar aos observadores da Liga Árabe que estão no país a força do movimento de contestação ao regime de Bashar Al-Assad.

Imagem retirada de um vídeo publicado na quinta (29) em uma rede social, mostra soldado agredindo e prendendo um homem.
Imagem retirada de um vídeo publicado na quinta (29) em uma rede social, mostra soldado agredindo e prendendo um homem. REUTERS
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As forças de ordem usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Segundo OSDH, pelo menos 250.000 pessoas foram às ruas em Idleb, cidade no noroeste do país, depois da oração semanal. Em Hama, e em Douma milhares de pessoas também se manifestaram. A Ong afirmou que as forças de ordem atiraram na multidão. Mais de 40 pessoas ficaram feridas em todo o país segundo a organização.

Em Deraa, no sul do país, berço da contestação, cinco manifestantes foram mortos quando as forças de ordem atiraram nos manifestantes. Em Hama, pelo menos cinco civis morreram e mais de vinte ficaram feridos. O Exército também atirou nos manifestantes em Damasco e prendeu pessoas que saíam das mesquitas.

Em Homs, corpos de cinco pessoas presas na noite anterior foram encontrados e uma pessoa ferida pela manhã, morreu na tarde de hoje. Nessa região, dois civis e dois soldados dissidentes foram assassinatos em uma emboscada do Exército perto da cidade de Tal Kalakh, na fronteira libanesa, indicou o OSDH.

Observadores

A Rússia declarou hoje que está satisfeita com a missão dos observadores da Liga Árabe na Síria e disse que os primeiros relatorios sobre a situação são tranquilizadores.
Moscou se opõe firmemente a toda intervenção na crise síria e é contra um embargo do Conselho de segurança da ONU sobre a venda de armas ao país. A Rússia é o principal fornecedor de armamentos a Síria desde o período soviético.

Os observadores são vigiados de perto pelos serviços de segurança sírios e seguidos por militantes anti-regime que filmam, com telefones celulares, as atividades do grupo. Divulgados pela Internet, esses vídeos constituem os únicos testemunhos da situação do país. As autoridades sírias proibiram a imprensa estrangeira de cobrir os eventos no país.

Dirigido pelo general sudanês Mohammed Ahmed Moustapha al-Dabi, a missão encarregada de observar a situação na Síria, é escoltada pelas forças do regime do presidente Bachar Al-Assad.

“Os observadores estão sendo submetidos a pressões de autoridades sírias e a demandas de militantes. Eles trabalham em condições muito difíceis”, sublinha Khattar Abou Diab, cientista político e professor da Universidade Paris-Sud. “Eles não têm meios logísticos (transporte, segurança, comunicações) e dependem das autoridades sírias", acrescenta o especialista.

A missão faz parte de um plano de saída da crise que prevê também o fim da violência, a liberação dos presos e a retirada do Exército das cidades. Segundo a ONU, mais de 5.000 pessoas foram assassinadas na Síria desde o começo da revolta em março.
 

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