Primeiro-ministro grego admite que pode desistir do referendo
Temendo o risco de não conseguir o apoio do parlamento grego, o primeiro-ministro George Papandreou propôs um diálogo com a oposição política do país e insinuou que poderia renunciar ao polêmico referendo sobre o plano de ajuda financeira. O ministro grego das Finanças já havia pedido que o premiê abandonasse o projeto, anunciado poucas horas antes da abertura da reunião de cúpula do G20, e que provocou a fúria dos líderes europeus.
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Diante da pressão interna, George Papandreou já começa a cogitar o abandono de seu projeto de consulta popular sobre o plano de ajuda firmado com os europeus no final de outubro. “Eu estarei satisfeito mesmo se não houver referendo, o que, aliás, nunca foi um objetivo em si”, disse o primeiro-ministro grego. “Nós tínhamos três opções”, declarou o premiê aos colegas socialistas: “a primeira, catastrófica, era convocar eleições antecipadas, a segunda era o referendo, e a terceira solução era obter um consenso mais amplo”, explicou. Uma fonte próxima do chefe do governo confirmou que caso haja um acordo político entre os principais partidos do país, o referendo não seria realizado.
No entanto, apesar das negociações com as forças políticas gregas sobre o tema, a oposição continua pedindo eleições legislativas antecipadas. O partido conservador de oposição (Nova Democracia) propôs a formação de um governo de transição enquanto o país aguarda a realização do escrutinho. Os chefes da legenda também disseram que o plano de ajuda concluído com a União Europeia no final de outubro é inevitável.
Os próprios socialistas do Pasok, o partido do governo, já não descartam a ideia de um governo de união e as legislativas antecipadas. Cerca de 30 deputados da maioria e da oposição já chegaram a assinar uma carta aberta nesse sentido.
O ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, que havia apoiado o projeto de referendo de Papandreou, finalmente mudou de ideia ao se encontrar com o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel em Cannes. Ele confirmou que seu país precisa da nova parcela de ajuda de 8 bilhões de euros até meados de dezembro para poder honrar suas dívidas.
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