França e Bélgica aceleram decisões para salvar Dexia

A Europa tenta acelerar suas decisões para evitar uma grave crise bancária, após o anúncio do risco de um colapso do banco franco-belga Dexia. Dirigentes da França e da Bélgica fizeram uma reunião de emergência na noite de ontem e entraram num acordo para salvar a instituição financeira, cujos termos devem ser anunciados na quinta-feira.

O banco franco-belga Dexia está à beira da insolvência.

As garantias de cobertura dos depósitos bancários oferecidas nas últimas horas pelos governos da França e da Bélgica, assegurando que o Dexia não vai declarar falência, não foram suficientes para tranquilizar os clientes. Correntistas sacaram, somente nesta terça-feira, 300 milhões de euros do banco, cerca de 750 milhões de reais, com medo de verem suas economias evaporar.

O Dexia é um banco especializado em conceder empréstimos de longo prazo a prefeituras, e os municípios franceses são grandes clientes da instituição. Ao mesmo tempo, a maior parte do capital da instituição é formada pelo depósito de pequenos correntistas. Foi por isso que os governos da França e da Bélgica recapitalizaram o banco durante a crise financeira de 2008, mas três anos depois o Dexia está novamente à beira da insolvência, devido a um modelo de gestão inadequado ao perfil de sua carteira de crédito.

Para salvar o Dexia pela segunda vez, as autoridades francesas e belgas estudam desmantelar o banco em três estruturas diferentes, sendo que uma delas vai concentrar os títulos tóxicos, cujo valor global é estimado em 100 bilhões de euros, 250 bilhões de reais. Dois bancos estatais franceses, o banco dos Correios e a Caixa de Depósitos de Poupança, devem assumir grande parte dessa estrutura de ativos tóxicos, cujo retorno financeiro é incerto e demorado.

Mas essa resposta poderá custar caro. Salvando o Dexia, a França pode perder o triplo AAA, a nota máxima que recebe das agências de classificação de risco.