Imprensa lamenta ausência de Strauss-Kahn nas presidenciais de 2012
As primeiras declarações feitas por Dominique Strauss-Kahn sobre o escândalo em que foi acusado de agressão sexual por uma camareira de um hotel em Nova York ganharam as manchetes de toda a imprensa francesa nesta segunda-feira.
Publicado em: Modificado em:
O arrependimento de Strauss-Kahn e a repercussão política de suas declarações foram os aspectos mais explorados pelos jornais em suas análises sobre a entrevista concedida pelo ex-chefão do FMI.
DSK admite "uma falha moral", é o título de capa do Le Figaro. O jornal deu amplo destaque ao julgamento que o político fez de seu próprio comportamento na suíte do hotel Sofitel, em Nova York. Strauss-Kahn falou de "ato inapropriado" do qual ele não tem orgulho algum. O Le Figaro observou que dos 25 minutos da entrevista, 17 foram dedicados a falar do processo em que foi inocentado das acusações de agressão e tentativa de estupro. "A relação foi consentida e em nenhum momento houve violência", insistiu o político.
O editorialista do Le Figaro lamenta que a saída de DSK da corrida presidencial tenha impedido um duelo que muitos franceses adorariam ver nas urnas: o do socialista, que atualmente melhor representa uma esquerda descomplexada, com o presidente Nicolas Sarkozy.
O Libération destaca em sua manchete a resposta de Strauss-Kahn sobre a hipótese de uma armação e de um complô contra ele. "É possível", disse o ex-diretor do FMI. Em sua primeira página, o jornal de esquerda também lembra que o socialista confessou "ter perdido uma grande oportunidade de um encontro com os franceses", em referência às eleições presidenciais já que ele tinha a intenção de ser o candidato do Partido Socialista nas presidenciais de 2012.
Um mea culpa curioso, escreve o Aujourd'hui en France, citando as afirmações de Strauss-Kahn sobre a "falha moral" e ao mesmo tempo evocando a ideia de um complô. O jornal informa seus leitores que apesar de um profundo arrependimento por um ato que feriu sua família, amigos e os franceses de modo geral, DSK deu sinais de que pretende voltar à cena política. Um exemplo dessa disposição foi a crítica aos líderes europeus de que eles parecem não ter a exata dimensão da gravidade da crise econômica na Europa.
Ao sugerir maior aproximação com os países emergentes e defender políticas para salvar o sistema social europeu, Strauss-Kahn revela que ainda pretende ser útil, afirma o Aujourd'hui en France.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro