Riscos de recessão mundial preocupam o Brasil, diz o Les Echos

O diário econômico Les Echos desta segunda-feira, 22 de agosto de 2011, faz uma ampla análise sobre os riscos de recessão mundial. A reportagem destaca que “a preocupação é crescente nos países emergentes”, como o Brasil. A imprensa francesa também aguarda com expectativa o anúncio de novas medidas econômicas que o primeiro-ministro François Fillon deve fazer na quarta-feira, para conter a crise no país e aumentar as receitas.

Capa do diário econômico Les Echos, desta segunda-feira 22 de agosto de 2011. Reuters

Com o novo plano, o governo vai tentar convencer os mercados financeiros sobre a capacidade da França de controlar suas finanças públicas, garantir a confiança dos investidores e, sobretudo, manter sua nota triplo A junto aos mercados, lembra o jornal Le Figaro. As cifras envolvidas no plano ainda não foram reveladas, mas o diário afirma que devem ser de economias de no mínimo cinco bilhões de euros, podendo ultrapassar os 10 bilhões.

O Le Figaro destaca que “Paris se engajou em reduzir o seu déficit público para 5,7% do PIB em 2011 e 4,6% em 2012, mas com os números do crescimento nulo no segundo trimestre do ano, este objetivo se complicou”. O jornal ressalta que, apesar das dificuldades, “a França não pode entrar em uma espiral como a da Grécia, onde os cortes no orçamento agravam ainda mais a recessão”. A prova é que o país já aumentou a carga tributária social em 12 bilhões e não se desestabilizou, diz o texto.

Riscos de recessão mundial

Já o diário econômico Les Echos publica na sua edição de hoje uma ampla reportagem de cinco páginas, além da capa, sobre os riscos de recessão mundial. A matéria aborda os perigos para o setor industrial, que seria um dos mais afetados por uma recessão, e também fala sobre a fragilidade do sistema bancário, que tem perdido cada vez mais índices de confiança.

A reportagem ainda destaca que “a preocupação é crescente nos países emergentes”, como o Brasil. “Grande exportador de matérias-primas, o Brasil tem com o que se preocupar devido ao marasmo ocidental”, afirma Les Echos, lembrando que a supervalorização do real face ao dólar não ajuda a melhorar o quadro para o país. Além disso, a taxa de crescimento brasileira em 2011 deve ser a mais baixa da América Latina, de 3,6%, ou a metade da registrada no ano passado.