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França vai reforçar controle sobre a venda de medicamentos

O projeto de lei que o ministério da Saúde da França apresenta hoje com propostas para melhor controlar o comércio de medicamentos no país é destaque em toda a imprensa francesa. A reforma que será apresentada ao Conselho de Ministros visa dar maior transparência em todas as etapas de vida do medicamento, especialmente no momento da autorização para sua entrada no mercado, afirmam os jornais.

France 24/AFP
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O econômico Les Echos lembra que o projeto é baseado no modelo americano e prevê, entre outras medidas, que os dirigentes de órgãos e instituições públicas de saúde declarem vínculos com a indústria farmacêutica para evitar o conflito de interesses.
Além de definir os compromissos éticos dos profissionais de saúde, a reforma prevê um reforço da agência nacional que regulamenta a segurança dos medicamentos e dos produtos sanitários, maior vigilância de eventuais efeitos colaterais e também sobre as etapas de distribuição e promoção dos remédios. De acordo com o Les Echos, o governo pretende limitar a promoção e publicidade feitas pelos laboratórios em torno dos remédios.
O jornal católico La Croix lembra que essa vigilância mais rigorosa é resultado de vários escândalos envolvendo o consumo de medicamentos suspeitos, especialmente o Mediator. O remédio, indicado para emagrecimento e para combater o diabetes, teria feito entre 500 e 2000 mortos na França entre 1976 e 2009, ano em que foi retirado do mercado.
Para o Le Figaro, trata-se de uma "reforma radical" sobre o comércio dos medicamentos na França. Em entrevista ao jornal conservador, o ministro da Saúde, Xavier Bertrand, enviou uma mensagem forte ao setor, principalmente aos laboratórios, que segundo ele, "devem entender que as coisas mudaram". Para o ministro, se houver dúvida sobre um medicamento, é o paciente que deve ser beneficiado e não mais o laboratório. Xavier Bertrand explicou que propõe uma reforma ambiciosa para que nunca mais aconteça um novo escândalo como o Mediator. Ele destacou como uma das principais medidas as sanções financeiras para os dirigentes de órgãos públicos em caso de conflito de interesses. Para o ministro uma maior transparência sobre o comércio de medicamentos deverá acabar com o clima de desconfiança que se criou na França sobre relações dos setores público e privado e até entre médico e paciente.

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