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China/Brasil

Brasileiros não querem deixar Xangai

Coracão financeiro e econômico da China, a movimentada cidade de Xangai é um mosaico de nacionalidades e culturas diferentes. Empresas, bancos e instituições do mundo inteiro se instalam aqui, porta de entrada para um dos mercados que mais crescem no mundo. E os brasileiros que vivem por aqui, não querem mais deixar a cidade.

Andrizza de Freitas, natural do Rio Grande do Sul, vive em Xangai há 5 anos.
Andrizza de Freitas, natural do Rio Grande do Sul, vive em Xangai há 5 anos.
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Por Ana Carolina Dani, enviada especial da RFI a Xangai

Com mais de 18 milhões de habitantes, Xangai é também uma das maiores megalópoles do planeta, com seus arranha-céus, lojas e shopping centers. Andar pelas ruas de Xangai é cruzar gente do mundo inteiro. Uma característica da imigração de brasileiros em Xangai é a mão-de -obra qualificada. Poucos são os brasileiros que desembarcam na cidade para tentar ganhar a vida como lavador de pratos, empregadas domésticas, babás ou outros trabalhos de menos qualificação. A maioria já chega com emprego, enviados por firmas ou escritórios que tentam expandir os negócios na Ásia.

Segundo o consulado do Brasil, cerca de 6 mil brasileiros vivem na China, sendo 2 mil em Xangai. Muitos são engenheiros, administradores de empresa, professores, pilotos e profissionais de áreas diversas como dança, informática, comércio e moda. É o caso de José Manoel Enesoe Chan, professor de moda, designer e fashion moda junto ao Raffles Design Institute, dentro da Dong Hua University Campus, em Xanghai. Natural de São Paulo e descendente de chineses, José Chan decidiu se mudar para Xangai quando viu um anúncio em um jornal brasileiro para trabalhar como professor do moda na China. Um mês depois, o brasileiro, de 43 anos, estava lecionando em Xangai.

"O salário é semelhante, mas as outras condições são melhores. Estar em um outro país, aprendendo um outro idioma e trabalhar com professores de diferentes países, já compensa a mudança. Morar em Xangai, já é uma experiência unica, não precisa nem estar trabalhando", diz. José Chan conta que, apesar de ser descendente de chinês, a adaptação não foi fácil. "No começo me sentia muito sozinho, não conhecia ninguém e o idioma é dificílimo", explica.

José Chan, professor de moda em Xangai
José Chan, professor de moda em Xangai

Para matar as saudades, Chan começou a frequentar uma churrascaria brasileira. Ele ia quase todas as noites e acabou conhecendo muitos brasileiros expatriados. No começo foi importante o contacto com os compatriotas, mas hoje José Chan se diz muito mais à vontade. Tem amigos chineses e diz que não quer mais deixar Xangai.

Andrizza de Freitas, natural do Rio Grande do Sul, vive em Xangai há 5 anos. Ela deixou o Brasil para fazer um turnê com uma companhia de dança na China. Durante quase um ano e meio, rodou todo o país, apresentando espetáculos de dança brasileira e, quando terminou a turnê, decidiu ficar em Xangai. "Foi uma experiência fantástica. A China é um país de muitos contrastes. Nós passamos tempos em hotéis maravilhosos. A gente fazia viagem de trem, de avião, de barco e, na época das nevascas, tínhamos que parar em hotéis de beira de estrada, super simples. Foi uma experiência profissional e pessoal muito valiosa", conta.

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Andrizza de Freitas

Sorridente, atenciosa, com seus longos cabelos loiros encaracolados, Andrizza diz que, hoje, conquistou seu espaço em Xangai. Ela trabalha em uma escola de dança internacional e também da aulas em clubes, academias e escolas de educaçao infantil de balé classico, dança de salão, salsa e ritmos brasileiros. Andrizza conheceu o namorado, também gaúcho, aqui e diz que também não tem vontade de deixar Xangai, mas conta que nem sempre é facil se adaptar aos hábitos e costumes diferentes.

"O que eu sinto aqui na China é que eles não acompanharam a evolução tecnológica. Parece que os chineses ainda não evoluíram em algumas questões como hábitos de higiene. A questão cultural pra eles ainda é muito forte. Tem coisas que ainda chocam. A forma como eles comem, por exemplo. Eles fazem muito barulho enquanto comem. Eles soltam puns, arrotam. Têm o hábito muito feio de escarrar na rua”, explica, um pouco sem jeito, a jovem dançarina.

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Paulo César Silva

Paulo César da Silva está ha 13 anos em Xangai. Ele é do Rio de Janeiro e trabalha como músico, tocando samba e outros ritmos em restaurantes brasileiros. Hoje, ele é casado com uma chinesa, com quem tem um filho. Segundo ele, os chineses não são tão diferentes asism dos brasileiros. “São alegres e gostam de beber cerveja, muita cerveja. A gente não aguenta acompanhar."
 

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