Voto das mulheres será estratégico no segundo turno no Brasil
O jornal Le Figaro ouviu cientistas políticos sobre a disputa presidencial no Brasil e conclui que o voto dos indecisos e do eleitorado feminino será decisivo na escolha do novo presidente brasileiro. O jornal também destaca a violência da atual campanha eleitoral no discurso político.
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Le Figaro informa em sua edição desta terça-feira que a candidata do PT Dilma Rousseff ampliou sua vantagem sobre o adversário tucano José Serra na disputa presidencial no Brasil. Dilma se recuperou após a breve desestabilização provocada pela polêmica do aborto, pouco antes do primeiro turno, escreve o diário conservador francês.
A petista se afirma como a candidata da distribuição de renda e opositora das privatizações. O apoio de artistas, professores universitários e intelectuais, manifestado na semana passada, deve ajudar Dilma a seduzir a ala mais progressista do eleitorado, representada pelos quase 20 milhões de eleitores que votaram em Marina Silva (PV) no primeiro turno.
Serra insiste nas acusações de tráfico de influência ligadas a Erenice Guerra, ex-braço direito de Dilma na Casa Civil, e exalta os valores cristãos de seu partido para atrair o voto evangélico, informa Le Figaro.
Le Figaro diz que o Brasil nunca teve uma campanha política tão violenta como a atual, com uma polarização muito grande entre os candidatos, como destaca na reportagem o politólogo Marcus Figueiredo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
O voto das mulheres se tornou estratégico, na opinião de Maria das Dores Campos Machado, da Federal do Rio. A especialista afirma que a indecisão ainda é grande entre as mulheres de baixa renda, pouco politizadas e com uma vida social restrita à família e à Igreja.
Para conquistar votos dessa parcela do eleitorado, o tucano Serra conta com o apoio de padres e pastores evangélicos. Dilma, por sua vez, evoca seu amor maternal pela população brasileira e exibe o apoio do presidente Lula.
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