Obama enfrenta desconfiança crescente dos americanos

O fim das férias de verão na França e a volta às aulas, esta semana, inspiram os jornais franceses. Ao fazer um balanço sobre os principais desafios no segundo semestre do ano, os problemas enfrentados pela administração de Barack Obama estão em destaque.  

Capas dos jornais franceses desta segunda-feira.

Le Figaro evoca em manchete os desafios do presidente norte-americano Barack Obama e afirma que ele terá de encarar a desconfiança crescente dos americanos. A dois meses das eleições para a renovação do Congresso, a popularidade de Obama despencou para 35%, contra 60% no primeiro semestre do ano passado. Le Figaro estima que o ceticismo ganha terreno não só em relação aos problemas internos dos Estados Unidos, mas também em relação à política externa, com o dossiê entre israelenses e palestinos emperrado, apesar da prometida retomada do diálogo direto entre as partes, o Afeganistão cada dia mais fora de controle, sem falar na morosidade econômica.

Libération, de esquerda, propõe um resumo dos acontecimentos que vão marcar a segunda metade do ano. No plano internacional, as eleições presidenciais no Brasil assim como as eleições legislativas nos Estados Unidos são citadas pelo jornal. O Libé diz que a votação no Brasil será um plebiscito favorável a Dilma Rousseff, a candidata imposta ao PT pelo presidente Lula. Até pouco tempo desconhecida, segundo Libération, Dilma tem chances de vencer no primeiro turno.

Os jornais também destacam os seminários realizados neste fim de semana por vários partidos de esquerda franceses - Partido Socialista, Comunista, da Esquerda e Anticapitalista. A primeira-secretária do PS, o maior da oposição, Martine Aubry, fez duras críticas aos três anos de mandato do presidente Nicolas Sarkozy, apontando o fracasso da estratégia governamental na área de segurança. Para o diário comunista L'Humanité, os antisarkozistas estão fortalecidos, mas ainda buscam um projeto para oferecer como alternativa aos franceses nas eleições de 2012.

Nas manchetes de economia, Les Echos e Le Figaro destacam a oferta do laboratório farmacêutico francês Sanofi-Aventis para a compra do norte-americano Genzyme por US$ 18,5 bilhões. No Le Figaro, se aprende que as negociações nos bastidores já duram mais de um mês mas o laboratório norte-americano, especialista no desenvolvimento de medicamentos para doenças raras, é reticente à compra pelos franceses.