Premiê britânico pede desculpas às vítimas do "Bloody Sunday"
O governo britânico publicou hoje o relatório final de uma investigação de 12 anos sobre o chamado "Bloody Sunday" (Domingo Sangrento), um dos episódios mais violentos do conflito da Irlanda do Norte e que acabou com a morte de 13 manifestantes católicos por disparos de soldados britânicos em 1972.
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O relatório divulgado nessa terça-feira concluiu que nenhum dos 13 católicos mortos no dia do massacre nem o décimo-quarto, que foi morto um mês mais tarde, representavam uma "ameaça de morte ou seriam capazes de ferir alguém gravemente".
Essa conclusão contraria a investigação feita rapidamente após o "Bloody Sunday". Segundo o documento produzido em 1972, o exército britânico declarou que havia disparado contra o grupo porque eles seriam manifestantes separatistas próximos do IRA, o grupo terrorista irlandês.
Em pronunciamento após a divulgação do relatório, o premiê britânico, David Cameron, disse que o ataque aos manifestantes católicos foi "injustificado". "Em nome do país, eu sinto muitíssimo", disse Cameron.
O seu pronunciamento foi transmtido ao vivo em Londonderry, palco do "Domingo Sangrento".
Na cidade, as famílias das vítimas aplaudiram as palavras de Cameron. Muitos se disseram aliviados por, enfim, terem a confirmação oficial de que seus familiares mortos em 30 de janeiro de 1972 eram inocentes. Na data, 15 mil manifestantes participaram da marcha pelos direitos civis dos católicos que terminou tragicamente.
Mas vários parlamentares protestantes criticaram o relatório. A investigação sobre o "Bloody Sunday" custou 230 milhões de euros e levou 12 anos para ser concluída, um esforço considerado excessivo pela bancada protestante.
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