Ministro das Finanças é favorito ao governo do Japão
Quatro anos e quatro chefes de governo diferentes. Em discurso aos membros do PDJ (Partido Democrático do Japão), o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, pediu demissão nessa quarta-feira após somente oito meses no poder.
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Apesar de ter sido eleito graças a uma campanha cheia de promessas de mudanças políticas e econômicas, Hatoyama sofreu uma queda brusca de popularidade. Um novo primeiro-ministro deve ser nomeado até o final da semana e vários nomes já são apontados para o cargo. A saída de Hatoyama ocorre depois de uma queda nas pesquisas. O alto índice de impopularidade ameaçava as chances de seu partido nas eleições da Câmara Alta do Parlamento.
O premiê era muito criticado por ter abandonado o projeto de retirada da polêmica base militar norte-americana da ilha de Okinawa, uma de suas promessas de campanha. Um escândalo envolvendo financiamentos ilícitos também ajudou a corroer a sua imagem.
Yukio Hatoyama, ex-primeiro-ministro do Japão
Além dos problemas políticos, Hatoyama também foi criticado por não ter apresentado resultados importantes para ajudar o país a sair da crise econômica. Sem diretrizes claras e com uma equipe pouco experiente, o Japão continua a patinar na crise. O endividamento público japonês é duas vezes superior ao Produto Interno Bruto e o plano para a retomada econômica, batizado de “visão industrial”, ainda não foi lançado. O programa promete aumentar a competitividade das empresas japonesas, criar novos mercados no setor de energia, meio ambiente, saúde e cultura, o que deveria gerar 2,6 milhões de empregos até 2020.
De acordo com a imprensa local, o favorito para a sucessão é o atual Ministro das Finanças, Naoto Kan, de 63 anos, um dos fundadores do Partido Democrático. Apelidado de “o irritável Kan” por seu temperamento, ele tem se pronunciado a favor do aumento dos impostos e a imposição de um teto para a dívida pública. Os outros dois principais candidatos são o ministro de Relações Exteriores, Katsuya Okada, e o ministro dos Transportes, Seiji Maehara. Todos do partido democrático.
Em meio à crise, o ministro das Finanças e favorito ao cargo de primeiro-ministro, Naoto Kan, não deverá comparecer à reunião de empresários e ministros das finanças do G20, na Coreia do Sul, neste fim de semana.
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